quarta-feira, 30 de novembro de 2011

#Untitled 4

Sorriso no rosto, cabeça erguida, voz suave
Linguagem corporal bem cuidada, risada gentil e palavras cálidas
Toque amável, olhos sorridentes e gestos simpáticos
Conversa com uns, sorrisos para outros, apenas um olhar para os demais.
Com os conhecidos troca-se palavras, com os amigos risadas e com os íntimos confidências
Com os demais apenas olha-se, sem nenhuma exigência
Assim passasse a rotina, entre risos, observações, conversas sérias e amenidades
O dia é assim, e eu o finalizo com um simples beijo no rosto de todos.
E então a cortina se fecha. Meu espetáculo acabou, já recebi aplausos pela minha interpretação, já posso ir para casa. Minha farsa acabou.
Essa é a rotina diária da sociedade, interpretar um papel para que outros aplaudam de pé de forma mecânica  e de mesma forma interpretada o que você faz. A sociedade cria hipócritas, já que todos nós devemos ser o que ela quer que sejamos: falsos uns com os outros.
Afinal, se todos fôssemos verdadeiros, ninguém iria suportar viver perto de ninguém, e o ser humano iria virar uma ilha e morrer, uma vez que a ciência diz que o ser humano é relacional, que precisa se relacionar com outros da sua espécie.

Chuva

O dia amanhece com o tempo fechado, feio. Eu não poderia estar mais feliz. Gosto de dias onde o sol fica escondido, vai para a vizinhança, esquece seu brilho por onde eu passo. Nunca fui muito com a cara do sol, veja bem, ele machuca minha sensível retina. Dessa maneira, aprendi a gostar de dias feios. Abro a janela para encarar o dia que, para mim, é lindo e aproveitar sua visão. Oh, tão magnifica ela o é.
É quando algo abate meu olfato. É leve, úmido, delicioso. Bom para minha rinite. Deixa meu nariz mais fresco e com fácil respiração. Eu não poderia estar mais feliz. A chuva começa. Ah, grande benção do céu! O vento que chama atenção do meu olfato fica mais forte e sinto vontade de ir para a chuva. Afinal, junto com ela vem seu cheiro, o cheiro de terra molhada e paz. Nada poderia ser mais gostoso que isso.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Opinião Injusta


Acho tão engraçado algumas pessoas ficarem contrariadas com algumas opiniões minhas, principalmente as fortes, que sempre descrevo com uma tonalidade inquestionável e firme. Algumas vezes minha veemência ultrapassa alguns limites e consigo soar um pouco (ou muito) ofensiva. Nada que eu realmente queira que pareça, longe de mim defender minhas opiniões pessoais de forma a ofender ou magoar alguém. Quando quero realmente ofender ou magoar meu rosto já demonstra isso. Há escárnio, uma boa dose de sarcasmo e maldade explícita em meu rosto. É impossível não perceber. Sem contar que esse virou meu mecanismo de defesa natural, o que torna realmente fácil eu conseguir esconder o que estou sentindo.
Quando exponho minha opinião, geralmente eu fico com o semblante pensativo, gosto de pensar em meus argumentos, além de eu geralmente demonstrar um olhar firme, decidido e por vezes até um pouco esnobe uma vez que é um assunto pessoal, de opinião. Entretanto, algumas pessoas realmente confundem isso e sentem-se ofendidas com meu tom, com meu semblante. Quando não acham que estou falando minha opinião sobre assunto x em relação à eles. Levam o assunto para o lado pessoal e acham que, por exemplo, quando eu não gosto de determinada atitude, eu estou criticando diretamente a elas.
Veja bem, se eu quisesse criticar alguém, eu chegava na pessoa diretamente e diria "Não gosto de x, y e z coisas que você faz, sua atitude a, b e c me parecem isso e acho que você pode melhorar assim, assim e assado". Eu não diria simplesmente "Ah, eu reprovo tal coisa pelos motivos h, i e j. Não acho que é bom tal coisa pois bla bla bla whiskas sachê etc." para deixar subentendido. E quando quero realmente deixar coisas subentendidas para alguém, faço questão de olhá-la nos olhos com deboche. E mesmo assim, muitas pessoas gostam de confundir meus pensamentos, opiniões e idéias com críticas pessoais a elas. Sem contar que ficam com raiva de mim e ficam fazendo joguinhos infantis pra me causar males.
Sinceramente!
Vamos crescer um pouquinho porque eu não tenho tempo pra lidar com crianças ofendidas. Já passei por essa fase e minha vida já foi um inferno nela. Passar por isso de novo não é exatamente o tipo de experiência que eu espero daqui pra frente. Odeio esse tipo de palhaçada. Quer ficar de besteirinha e não se mais o que de criança então vai fazer com quem faz isso: ensino médio. Não tenho obrigação nenhuma de aguentar gente mimada que não tem responsabilidade nenhuma na vida ficar fazendo merdinha infantil.
"Ah Daia, mas tu reclamando via blog não é a mesma coisa?"
Não, não é. Sabe porque? Pelo simples fato de que eu to escrevendo isso pra desabafar. Tem pessoas para quem eu dedicaria o texto explicitamente? Sim, tem. Muitas, tanto que até nem consigo contar. Mas eu vou fazer isso e provocar alguma briga idiota com gente idiota pra que eles fiquem mais putinhos e fiquem xingando horrores no twitter até altas horas da noite? Não, eu não vou fazer isso. Detesto brigas, apesar de ser muito boa nelas (viver com um primo e com um melhor amigo que te batem sem misericórdia serve pra alguma coisa). Não fico puxando raiva alheia de graça. Não faz meu estilo.
Até porque, se eu expusesse sempre toda a raiva que sinto, poucas pessoas falariam comigo. E se eu expusesse 100% dos meus pensamentos em palavras ditas, ninguém falaria comigo. Minha mente tende a ser perversa em tanto aspectos que eu sei que se alguém lesse meus pensamentos, a pessoa iria querer se desligar do que leu pra sempre. Há muito espaço pra pensar no meu cérebro, por isso mesmo quando trabalho é possível que eu imagine diversas formas diferentes de matar a mesma pessoa.
Voltando ao assunto, eu até gostaria que alguém lesse isso e se identificasse e entendesse a diferença, mas sei que não vai se dar ao trabalho, por isso, exponho esse sentimento amargo de injustiça que sinto dentro de mim em relação às minhas conflitantes opiniões. É só mais um desabafo, outro pedaço da minha vida.