tag:blogger.com,1999:blog-27845644908031925292024-03-14T07:08:42.822-03:00Mente ComplicadaApenas mais uma garota expondo seus pensamentos.Daia Andradehttp://www.blogger.com/profile/16879439702562457547noreply@blogger.comBlogger214125tag:blogger.com,1999:blog-2784564490803192529.post-3139914778164927312017-03-10T16:40:00.002-03:002017-03-15T10:27:23.173-03:00Alma gêmea<div style="text-align: justify;">
Eu sinto falta da beleza da sua alma e de como ela me aquecia. Nunca entendi bem como nos relacionávamos, já que nossa amizade era meio disfuncional. Eu era meio turrona, você era muito grosso. Eu ajudava como podia. Você tinha os problemas. As coisas meio que funcionavam até que não funcionavam mais. Eu gostava da forma que você me fazia sorrir e da forma que nos entendíamos. O problema sempre fui eu, falando a verdade. Presa a conceitos, ideias da minha mente deturpada e de um coração esfacelado, eu sempre fui a errada, a incapaz, a pessoa desajustada. Novamente, eu tentava. Você dizia que eu conseguia. </div>
<div style="text-align: justify;">
Mas será mesmo?</div>
<div style="text-align: justify;">
Se eu tivesse conseguido, não estaria sentindo sua falta. Sua alma bondosa, irradiando luz, não estaria tão longe. Mas novamente, eu fui a errada. Foi tudo culpa minha e mesmo que eu tente arrumar, nós dois sabemos que eu não posso fazer isso. Tem uma rachadura no nosso espelho, e mesmo que eu colasse com super cola, eu ainda veria as imperfeições.</div>
<div style="text-align: justify;">
Era lindo não era?</div>
<div style="text-align: justify;">
E mesmo assim, a pessoa disfuncional que eu era foi incapaz de manter a alma que eu amei. Machuquei você, matei um pedaço de mim. Parece um círculo vicioso, mas eu nunca fui normal. Até eu parar de fazer meu papel de trouxa com essa alma sarcástica e capacidade de colocar soda caustica sobre minhas cicatrizes, eu vou ficar aqui, olhando pra sua alma "imaginária" em minha mente, sentindo falta de cada pedaço seu.</div>
Daia Andradehttp://www.blogger.com/profile/16879439702562457547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2784564490803192529.post-47767816169244255792016-10-19T22:17:00.005-02:002016-10-19T22:22:08.129-02:00Postagens Aleatórias #99<div style="text-align: justify;">
Talvez você não saiba o quanto sorrio por ti.</div>
<div style="text-align: justify;">
Eu observo suas mãos calejadas, fortes e <i>senhor muito masculinas</i> enquanto você as usa vigorosamente. Poderia ser para tocar sua guitarra, para escrever seus resumos desenfreadamente ou para tocar meu corpo quando quisesse. Mas eu observo esse detalhe em você. Observo também seu sorriso fácil e seu temperamento de fácil manuseio, tão forte quanto o meu e mesmo assim tão menos complicado. Eu gosto de ver sua respiração compassada ao dormir e suas expressões diante das minhas diversas formas de irritar você. Mas o mais importante: enquanto eu te observo, eu sorrio.</div>
<div style="text-align: justify;">
Eu sorrio pelo seu jeito de menino moleque, que gosta de me dar uma resposta ultrajada e me manda tomar no cu.</div>
<div style="text-align: justify;">
Eu sorrio por conta da sua irritação frustrada quando algo dá errado e você busca por alguma solução.</div>
<div style="text-align: justify;">
Eu sorrio pelo seu jeito chamuscado ao me olhar nos olhos, dizer que me ama que eu sou sem comparação.</div>
<div style="text-align: justify;">
Eu sorrio com o seu sorriso, que faz com que uma luz arda no meu peito e faz com que eu fique sem jeito por cada motivo que você me dá para sorrir.</div>
Daia Andradehttp://www.blogger.com/profile/16879439702562457547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2784564490803192529.post-19256781468722750672016-02-08T15:58:00.001-02:002016-02-08T15:58:29.744-02:00Dor e Destruição<br />
<div style="text-align: justify;">
Às vezes a dor era real. Mais do que isso. Ela era opressora. A dor começava do lado esquerdo do peito. O coração batia pesado e devagar, como se algo não estivesse certo. A dor então se espalhava em forma de agonia e ia para os pulmões, dificultando a respiração. A respiração ficava então rasa e parecia nunca transportar oxigênio algum. Você se sente então desregulado. Como se algo estivesse fora do lugar. O que acontecera? Porque doía tanto?</div>
<div style="text-align: justify;">
Ao se espalhar novamente, a dor atingia seus olhos. Começava a acumular líquido aos contos dele enquanto sua visão embaçava. A dor para respirar, as batidas do coração, tudo parecia doer demais. Você pisca, perdendo a habilidade de enxergar e tudo passando a virar meros borrões.</div>
<div style="text-align: justify;">
Você se sente inapto a controlar qualquer parte do seu corpo. Os movimentos são detidos, cegos pela dor, e mesmo movimentar os dedos lhe traz desconforto. A imobilidade vem como uma segunda natureza e você se sente perdido.</div>
<div style="text-align: justify;">
O desespero te corrói.</div>
<div style="text-align: justify;">
Não há nada mais o que fazer. </div>
<div style="text-align: justify;">
Então um grito engasgado sai do fundo da sua garganta e você afunda naquele mar de dor, miséria e solidão. Não há mais nada. Apenas você, sozinho, sem ninguém para curar seus ferimentos. A dor não lhe engana: ela vai continuar a arder em você até não sobrar mais nada.</div>
<div style="text-align: justify;">
Não que tenha sobrado de qualquer jeito. Você já está destruído.</div>
Daia Andradehttp://www.blogger.com/profile/16879439702562457547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2784564490803192529.post-28229758441107350712015-03-23T23:55:00.000-03:002015-03-23T23:55:11.618-03:00Postagens Aleatórias #98<div style="text-align: justify;">
Toda noite eu choro.</div>
<div style="text-align: justify;">
Eu vou me deitar, totalmente exausta de mais um dia de batalha e me abraço ao travesseiro. Olhando para a parede, eu sinto meu coração afundar e meu peito ser pressionado por uma mão invisível. Por uma garra dolorosa. Então em seguida minha respiração engata e eu começo a sentir o desespero. Meu rosto não tarda a ficar molhado. Encarando o teto, sentindo seu cheiro no meu travesseiro, eu sinto um soluço subir minha garganta. Eu o prendo, pedindo a mim mesma para me comportar. Mas o desespero começa a aumentar e um pequeno guinchar sobe pela garganta. Eu não consigo evitá-lo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Está doendo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Eu estou usando a sua blusa para dormir, e me agarro a ela como se minha vida dependesse disso. O travesseiro, que ainda guarda um pouco do seu cheiro, se torna meu refúgio. E o cordão em meu pescoço, presente <i>seu</i>, parece ser uma memória distante. E a única coisa que eu tenho sua.</div>
<div style="text-align: justify;">
Meu coração bate contra meu peito de forma dolorosa. Eu sinto meu corpo dizer "<i>Pare. Por favor, pare</i>". Meu corpo pede para a dor ir embora e eu tento fazer o melhor que eu posso para aplacar esse sentimento. Um grito sofrido quer sair dos meus lábios, mas eu não permito. Mergulho meu rosto contra o travesseiro, desejando internamente que seu cheiro seja capaz de aplacar minha angústia.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mas é inútil.</div>
<div style="text-align: justify;">
Toda noite eu choro. Choro pela falta que sinto de você. Pela falta que seu sorriso me faz. Por não ter seus braços a minha volta ou sua voz sussurrando meu nome. Por não poder dragar meu nariz em seu pescoço e sentir seu cheiro. Por não poder beijar a sua boca ou dizer "<i>Eu te amo</i>" antes que adormeça. Todas as noites, eu choro. Choro muito. Até não sobrar nada de mim. E quando fica aquele vazio, como se mais nada existisse, eu me sinto capaz de dormir para poder sonhar com você.</div>
Daia Andradehttp://www.blogger.com/profile/16879439702562457547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2784564490803192529.post-31503832272946769982015-02-19T22:19:00.001-02:002015-02-19T22:19:14.582-02:00Hoje<div style="text-align: justify;">
Hoje eu não te amo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Não, sem "<i>Surprise motherf*****</i>". É sério. Hoje eu não te amo. Sempre disse que eu não era preconceituosa, que eu odeio as pessoas por igual, sem distinguir ninguém. Bem, hoje é seu dia também. Hoje eu não quero seu sorriso, não quero sua voz, não quero nada seu. Quero caminhar sozinha e te amaldiçoar sozinha aos quatro ventos, falando seu nome como se fosse o pior palavrão que existe.</div>
<div style="text-align: justify;">
Okay, eu quero seu sorriso, sua voz e tudo o que eu tenho direito e/ou que você quiser oferecer. Mas já que eu não posso ter nada seu, eu quero então te odiar. Odiar é fácil e irracional. Então é mais fácil que sentir dor. Por isso eu quero sair no vento frio e chutar uma pedra, mal humorada e irritada, porque quero culpar você por tudo. <i>Absolutamente tudo</i>. </div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje eu te odeio do fundo do meu coração. Odeio com todas as minhas forças e de um jeito que chega a ser angustiante. Mas eu te odeio. Por hoje.</div>
<div style="text-align: justify;">
Amanhã eu não sei o que pode acontecer, mas hoje eu quero andar sozinha, sem você por perto. E principalmente, <i>não te amando</i>.</div>
Daia Andradehttp://www.blogger.com/profile/16879439702562457547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2784564490803192529.post-31946242290779278532015-01-26T02:46:00.002-02:002015-01-26T02:46:48.571-02:00Ciclo<div style="text-align: justify;">
Toda madrugada acontece o mesmo. É estranho não é? Que eu tenha desenvolvido isso durante minhas horas mais solitárias, mas parece natural ao mesmo tempo. Eu nem tento evitar mais, já entrou pra minha rotina. Quando você me diz boa noite e desliga a ligação, já está tarde não é? Você precisa dormir. Então eu fico acordada, procurando me distrair até o sono chegar. É a mesma rotina. E-mails, vídeos, redes sociais e então... O ócio. Nada pra fazer, tédio batendo. E <i>aí</i> você vem a minha mente. Eu começo a rebobinar minha memória. Começo a pensar no início. Começa mais ou menos assim...</div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Eu estava machucada</i>.</div>
<div style="text-align: justify;">
Essa sempre é a premissa eu estava machucada e queria me vingar também. Eu me sentia solitária. E embora uma pouco reconstruída, faltavam-me pedaços. Você, por outro lado, estava inteiro e intacto. E como sempre, eu queria te manter assim. Ajudei você mesmo solitária. E como nem tudo são flores, você ficou <i>sozinho</i>. Achei uma boa idéia te ajudar, te tirar da solidão. </div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Você me beijou</i>.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ou ao menos eu acho que foi isso o que aconteceu. Não que eu não lembre. Mas em um segundo eu estava te olhando, no outro eu estava te beijando. Isso acontece não é? <i>Mas amigos não se beijam...</i> Oh, okay, não ligo. As coisas podem acontecer do jeito que quiserem, eu não vou impedir. Eu te beijei de volta e me sentia feliz. Porque não aproveitar?</div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Você me respeitou</i>.</div>
<div style="text-align: justify;">
Okay, eu nem esperava por isso. Eu nunca liguei muito para o que pensavam de mim. Minha personalidade livre me mantinha livre de todas as amarras. Mas foi importante ver que você me respeitava. <i>E me queria</i>. Eu havia sido muito rejeitada já. Isso era verdade. Mas você não me rejeitou. Você me acolheu em seus braços e cuidou de mim, gostou de mim e me respeitou. Oh... você era incrível.</div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Eu me apaixonei por você.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
Oh oh... Isso está meio errado. Eu não podia. Eu não era permitida. Então eu guardei pra mim. Não falei nada pra você e evitei que as coisas evoluíssem por um tempo. Eu me mantive meio impessoal, apesar de estar ainda ao seu lado. Só que seu magnetismo surreal continuava me puxando para perto e então me vi rendida a sua requisição por mais <i>contato</i>. Oh... Para onde estou indo?</div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Você estragou meus planos</i>.</div>
<div style="text-align: justify;">
Você disse que me queria por perto, independente do que. E que iria se esforçar para que eu acreditasse. Abraçou meus medos, meus problemas, meu passado e minhas angústias. Secou minhas lágrimas e cessou minhas lamúrias. E reconstruiu minha parte quebrada. Disse que teria paciência comigo, e sempre teve. Mas eu ia embora... Oh, porque tem que ser assim?</div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Você me amava.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
Aquelas três palavras. Eu não conseguia mais dizê-las. Eu sentia, mas eu não conseguia dizer. Você entendeu mesmo assim e soube o que eu sentia. Depois de muito esforço, eu consegui dizê-las também.</div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Você me enfeitiçou.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando eu disse, e vi sua reação, eu sabia que estava perdida. Seu sorriso de criança, sua felicidade infantil, seu olhar sincero. Oh boy... Eu estava presa a você. Meu coração lhe pertencia. E então eu o entreguei a você de vez. Já que estou no inferno né...?</div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Eu fui embora.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
Tínhamos discutido isso várias vezes. Eu não podia ficar. Eu tinha que ficar fora por um ano. Não havia outra opção. E você aceitou isso e disse que ia me esperar. Mesmo com todos os problemas, eu era a única pessoa por quem você esperaria...</div>
<div style="text-align: justify;">
E cá estou eu, mais uma madrugada completando o ciclo. Penso na gente, no que passamos juntos. E fico aqui pensando em você, sentindo sua falta até que fico cansada o suficiente para ir dormir e sonhar com você. Porque amanhã é um novo dia. E o ciclo vai se formar outra vez... </div>
<div style="text-align: justify;">
Independente do que eu faça, vou sempre pensar em você.</div>
Daia Andradehttp://www.blogger.com/profile/16879439702562457547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2784564490803192529.post-59895947985308581232015-01-24T02:50:00.001-02:002015-01-24T16:31:19.981-02:00Postagens Aleatórias #97<div style="text-align: justify;">
[...]"Amigos não se beijam"<br />
A cabeça feminina tombou para o lado e um som baixo foi ouvido.<br />
"Não?"<br />
A risada masculina soou rouca e divertida, e os dedos do dono da risada passaram pelo rosto feminino, brincando com a sua bochecha.<br />
"Com certeza não"<br />
A jovem deu um sorriso cínico e se espichou para ficar na mesma altura que o outro, olhos nos olhos.<br />
"Sem problemas. Eu nunca quis ser sua amiga mesmo"<br />
Os lábios se encontraram mais uma vez, para que pudessem se saborear mais um pouco.[...]<br />
<br /></div>
Daia Andradehttp://www.blogger.com/profile/16879439702562457547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2784564490803192529.post-26201979372231412022014-12-10T03:18:00.000-02:002014-12-10T03:18:52.130-02:00Saudades<div style="text-align: justify;">
O lugar estava lotado e eu sumia dentro da multidão, passando despercebida logo quando eu não queria. Isso soava irônico para mim. Eu normalmente gostada da invisibilidade, já que eu chamava atenção só pelo jeito de falar. Chegava a ser irritante não chamar a atenção logo hoje que eu queria. Ansiosamente olhava para o relógio para ter certeza de que não estava atrasada. Mais nervosa por dentro que por fora, meus tiques nervosos apareciam de vez em quando apenas para afirmar o quanto eu estava ansiosa. Coisa tão típica minha.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Acalme-se por favor, você está me dando nos nervos sabe? - Uma voz falou perto de mim e eu sorri nervosa ao virar a cabeça em direção ao dono. Por um segundo, eu tinha esquecido que meu amigo estava aqui comigo.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Não consigo evitar. É mais forte que eu - Falo com um sorriso de desculpas, sabendo qual seria sua próxima reação. Ele revirou os olhos, deu uma bufada e fez um bico com os lábios.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Nunca vi você nervosa nem em dia de prova. Aí hoje você parece que vai explodir de tanta inquietação.</div>
<div style="text-align: justify;">
Eu ri comigo mesma e dei a língua para ele. Eu sabia que ele estava certo. Mas ninguém poderia me culpar por estar daquele jeito. Provas, entrevistas de emprego, essas coisas são corriqueiras para mim. Não há porque ficar tão nervosa em relação a isso. Agora, quando eu encaro a situação inusitada que eu estava agora, é óbvio que eu ficaria nervosa. Eu estava longe do meu <i>status quo</i> de vida.</div>
<div style="text-align: justify;">
Eu voltei meu olhar para onde as pessoas saíam, procurando o que esperava. Já fazia em torno de uma hora que eu estava ali. E sabia que provavelmente não estava atrasada. Ou ao menos assim eu achava. Então agora era ficar olhando igual uma retardada para o portão até que eu conseguisse visualizar meu objeto de desejo. Claro, objeto no modo de falar.<br />
Eu esperava uma pessoa.<br />
Suspirando fundo, voltei a analisar as pessoas que saíam pelo portão quando algo naquela multidão me soa familiar. Cabelos escuros, lisos e um pouco compridos. Rebeldes e com um par de mãos conhecidas passando por eles. Meus olhos imediatamente focam na figura.<br />
Meu coração quase para.<br />
Minha voz some. É quase impossível respirar. E impossível de acreditar.<br />
- Achei - Falo baixinho, minha voz me traindo.<br />
No segundo seguinte, eu passo a correr. Independente do que as pessoas possam achar e do que qualquer um possa dizer, o mais importante é correr. Gritando palavras que só <i>ele</i> iria reconhecer, eu continuo minha jornada para alcançá-lo. Naquele momento, só existe ele na minha visão. Eu sinto algo descer por meu rosto mas nem me dou ao trabalho de saber o que é. Eu só continuo desviando e repetindo em uma voz trêmula, não digna de mim, "Excuse me" ou "Sorry" para as pessoas enquanto abro caminho no meio da multidão.<br />
E como um passe de mágica, o mundo parece se abrir. Eu paro e olho para ele. Ele me encara. Por segundos, que parecem séculos. meu olhar se reconhece no dele. Nós nos achamos naquele singelo segundo. E então eu volto a correr, sabendo que os braços dele estarão ali para me abraçar.<br />
É inevitável, quando eu me aproximo o suficiente, eu me jogo em direção a ele porque sei que ele vai me amparar. Ao sentir os braços dele em volta de mim, não há segurar. Eu me sinto em casa. E é a melhor sensação do mundo. Os braços dele são quentes e então eu me dou conta, quando ele fala, do que é que está no meu rosto.<br />
- Por que vocês está chorando?<br />
Lágrimas. Eu, uma pessoa que não choro tão fácil, estou me esvaindo em lágrimas. Aperto o corpo dele contra o meu em busca de amparo. Seu calor não parece real, mas eu sei que é. Ele finalmente está aqui.<br />
- Saudades.<br />
Levanto meu rosto para o dele e vejo seu sorriso. Eu quase não lembrava mais dele. Mesmo com as inúmeras fotos que tenho. Escondo meu rosto em seu pescoço por alguns segundos, enquanto ele sussurra em meu ouvido "Não chore, eu estou aqui".<br />
Eu não me sentia mais sozinha.<br />
Ele estava ao meu lado novamente. E tudo parecia certo. Não existia mais aquela dor no meu peito que eu havia descoberto ser saudades.</div>
Daia Andradehttp://www.blogger.com/profile/16879439702562457547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2784564490803192529.post-74664774986755175082014-11-17T01:16:00.001-02:002014-11-17T01:16:29.893-02:00Postagens Aleatórias #96<div style="text-align: justify;">
[...]Lento e sensual. Perfeito</div>
<div style="text-align: justify;">
Os pés se moveram antes que notasse. Os braços resolveram acompanhar. E então os cabelos foram ao vento e sua boca fazia sons. E ritmadamente se movia. Um sorriso despontava dos lábios, e seus olhos fechados ajudavam a espalhar a sensação de felicidade que se espalhava. Umedeceu os lábios com a língua lentamente, o sorriso ainda presente. A cabeça se moveu, os ombros também. E então suas mãos foram para seu novo parceiro e a dança continuou. O ritmo da música inundou seus corpos e eles passaram a bailar juntos, noite a dentro, para satisfazer unicamente a vontade <i>dela</i> de sair para dançar. [...]</div>
Daia Andradehttp://www.blogger.com/profile/16879439702562457547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2784564490803192529.post-70307578188156845732014-11-13T13:08:00.001-02:002014-11-13T13:08:48.487-02:00Postagens Aleatórias #95<div style="text-align: justify;">
[...]Minha cama tá revirada e minha vida bagunçada. Quando você saiu do meu quarto, não houve mais sossego. Se importa de trazer de volta a minha paz? Por que eu to aqui, confusa e sozinha, e ficar nessa loucura não dá mais.[...]</div>
Daia Andradehttp://www.blogger.com/profile/16879439702562457547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2784564490803192529.post-88957108435180202312014-10-13T05:43:00.002-03:002014-10-13T05:44:24.041-03:00Postagens Aleatórias #94<div style="text-align: justify;">
[...]A noite nunca lhe parecera tão longa.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mal conseguia ver a lua no céu. As estrelas não estavam visíveis no céu nublado daquela noite. As arvores faziam barulhos horripilantes e a floresta parecia aterrorizante. Fora impossível evitar se perder. Tudo parecia borrado, sua visão turvava no escuro e seu guia estava sumido. Havia se perdido dele. Por isso rodava e rodava pela floresta em busca de algum padrão reconhecível que lhe levasse para casa. Mas era impossível. Quanto mais se movia, mais se embrenhava na floresta. As coisas não poderiam estar melhores. Em meio aquele silêncio opressor, o farfalhar de folhas na floresta lhe despertou os sentidos. Com a visão obscurecida, procurava aquilo que havia quebrado o silêncio como se fosse um grito histérico. Mas naquele breu, era impossível ver qualquer coisa. O farfalhar, agora mais intenso, parecia vir de todos os lugares. Foi aterrorizante quando sentiu algo quente ser soprado em seu rosto. Mesmo na escuridão, algo selvagem brilhava. Por segundos, sua respiração morreu. A selvageria explicita, o cheiro de maldade, aquilo impregnava o ar a sua volta. Era impossível se mover. Algo tocou-lhe o corpo, e o torpor fez com que deixasse. Não havia o que fazer. Foram segundos mais até outro farfalhar e a atmosfera sumir, junto com o que quer que fosse de selvagem que estava ali. Ao olhar para seu salvador, viu seu guia. Quase chorou de alegria ao ver que nada de mal lhe aconteceria. <i>Por enquanto</i>, era o pensamento de seu quase-captor.[...]</div>
Daia Andradehttp://www.blogger.com/profile/16879439702562457547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2784564490803192529.post-53638161691667427742014-09-28T12:07:00.002-03:002014-09-28T12:07:29.117-03:00Postagens Aleatórias #93<div style="text-align: justify;">
[...]<i>1, 2, 3, 4... 1, 2, 3, 4... 1, 2, 3, 4...</i></div>
<div style="text-align: justify;">
Aquele era um para lá e para cá constante. Um equilíbrio teoricamente saudável que se mantinha ao longo das passadas. Mexia para um lado, mexia para o outro, mas o ritmo era teoricamente o mesmo. <i>Teoricamente.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
1, 2, 3, 4... 1, 2, 3, 4... 1, 2, 3, 4...</div>
<div style="text-align: justify;">
A pausa entre uma sequência e outra era mínima, quase não dava para notar. Mas ela estava ali por um motivo óbvio. Era necessária. Claro, isso é fácil de dizer. O problema se manifestava na hora de praticar.</div>
<div style="text-align: justify;">
1, 2, 3, 4... 1, 2, 3, 4... 1, 2, 3, 4...</div>
<div style="text-align: justify;">
Aquela era a dança da sua vida. Os números demonstravam os passos que dava em direção ao seu futuro. A pausa era feita para demonstrar quando parava para fazer suas escolhas. No meio daquilo, uma decisão. <i>Uma única</i>. Ele. A pausa fora maior que todas as outras. Os medos e incertezas, que lhe enchiam toda vez que deveria pensar em seus passos seguintes, foram maiores. Não sabia o que fazer. </div>
<div style="text-align: justify;">
1, 2, 3, 4... 1, 2, 3, 4... 1, 2, 3, 4...</div>
<div style="text-align: justify;">
No fim, optou conscientemente pelo sim. Acostumou-se a arcar com as consequências de todas as suas decisões. Sua valsa continuou. Mais ritmada. Mais alegre. Mais <i>feliz.</i> A partir dali, suas escolhas se tornaram mais fáceis. Quando tinha que se separar dele, era só um passo ensaiado longe do dele. Logo seus passos voltariam a estar juntos e a valsa continuaria seu rumo. A valsa dele junto com a sua. Ele seria seu parceiro de dança.</div>
<div style="text-align: justify;">
<i>1, 2, 3, 4... 1, 2, 3, 4... 1, 2, 3, 4...</i> [...]</div>
Daia Andradehttp://www.blogger.com/profile/16879439702562457547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2784564490803192529.post-14752662730051756652014-09-17T14:56:00.000-03:002014-09-17T14:56:36.214-03:00Postagens Aleatórias #92<div style="text-align: justify;">
[...]Suas mãos estavam por toda a parte.</div>
<div style="text-align: justify;">
Seu beijo sôfrego chamava por mim e suas mãos clamavam pela minha pele. Sua língua me enlouquecia e sua respiração estava perdida, junto com a minha. Seus olhos devoravam minha alma e seu cheiro entorpecia meus sentidos. Tudo nele me deixava alerta, sensível, <i>desejosa</i>. E eu queria mais, <i>muito </i>mais. Sua boca de tempos em tempo desgrudava da minha, apenas para me dar mais prazer. Seus movimentos iam e vinham, mas ele não me dava o que eu queria. Ele me torturava. E eu amava isso. Sua boca então ia para lugares diferentes e eu arfava desejosa por mais. Por <i>ele</i>. Quando ele resolveu acabar com minha tortura, eu já estava por um fio.</div>
<div style="text-align: justify;">
E uma dor preencheu minhas costas.</div>
<div style="text-align: justify;">
"Mas que porra...?"</div>
<div style="text-align: justify;">
Olho em volta. Minhas cobertas enroladas parcialmente em mim e minha cama acima de mim, a poucos centímetros de distância. Sozinha. Praguejei irritada e violenta contra meu azar. <i>Fora só um sonho</i>.[...]</div>
Daia Andradehttp://www.blogger.com/profile/16879439702562457547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2784564490803192529.post-43609097689855732402014-08-10T21:22:00.000-03:002014-08-10T21:22:07.131-03:00Postagens Aleatórias #91<div style="text-align: justify;">
[...]I miss you already.</div>
<div style="text-align: justify;">
Sinto falta das suas mãos me tocando e do seu beijo me consumindo. Sinto falta do seu cheiro me embriagando e de seu corpo me esquentando. Sinto falta da sua respiração próxima a minha, das suas mãos juntas as minhas e de sua voz sonolenta me mandando voltar pra cama. Sinto falta do seu braço em volta da minha cintura não me deixando ir pra longe. Sinto falta do seu olhar que me deixa encantada e do seu sorriso que me contagia. Sinto falta da sua voz sussurrando em meu ouvido o "Eu te amo" mais lindo que eu já recebi. Sinto a sua falta, e quero você de volta aqui.[...]</div>
Daia Andradehttp://www.blogger.com/profile/16879439702562457547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2784564490803192529.post-79628081151320278712014-07-07T18:51:00.003-03:002014-07-07T18:51:34.824-03:00Postagens Aleatórias #90<div style="text-align: justify;">
[...]Ás vezes tenho medo de perder você.</div>
<div style="text-align: justify;">
É meio irracional, eu sei. Mas não consigo evitar. Sou <i>tão </i>apegada, gosto <i>tanto</i>, sou tão <i>apaixonada</i>, que não consigo evitar um pouco de medo. Você é demais pra mim e isso me assusta um pouco. Você é bom demais para mim. E então tenho medo que você ache alguém que te mereça mais do que eu. E que eu tenha que dar meu braço a torcer para essa pessoa e não possa nem lutar porque não mereço fazê-lo. Não deixo isso me dominar, óbvio. Não sou burra. Mas é mais forte que eu. [...]</div>
Daia Andradehttp://www.blogger.com/profile/16879439702562457547noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2784564490803192529.post-45111910682322557862014-06-19T18:33:00.001-03:002014-06-19T18:33:12.421-03:00Postagens Aleatórias #89<div style="text-align: justify;">
[...]Eu estava sentada embaixo da janela. O sol batia em minhas costas e eu me sentia confortavelmente entusiasmada com meu livro de aventura. Folheei mais uma página, rindo de uma piada, quando minha leitura foi interrompida por um par de mãos. Levantei os olhos para seu dono, que estava próximo o suficiente de mim para que eu sentisse sua respiração. Dois segundos foi o tempo que levou para ele pressionar seus lábios nos meus e arrancar-me um sorriso no processo. Satisfeito com sua obra, ele se afastou e voltou a sentar em seu computador como se nada tivesse acontecido. Meus olhos ainda demoraram a desviar de sua figura e voltar para o livro. Um tempo depois, tendo desistido do livro, eu olhava televisão distraída quando minha visão foi interrompida por um corpo que se pôs em minha frente. Eu levantei meus olhos, interrogativamente, e recebi uma careta engraçada e um sorriso. Comecei a rir desenfreadamente diante da palhaçada e, quando mais calma, peguei-lhe a mão. Beijei o pulso e sorri gentil, acariciando a pele dele com a lateral de meu nariz. Quando levantei os olhos para os dele novamente, seus olhos brilhavam e seu sorriso me consumia. Desviei meu olhar para longe, embaraçada, e ele saiu da minha frente para sentar ao meu lado. Apagou a televisão e virou meu rosto para o dele. Beijou meus lábios com lentidão e sem pressa. Suas mãos estavam sobre as minhas. Eu suspirei ao término do ato e deixei meus olhos encontrarem com os dele. Havia um sorriso ali. Assim como eu sabia haver em mim. Nunca fora tão fácil sorrir quanto era agora.[...]</div>
Daia Andradehttp://www.blogger.com/profile/16879439702562457547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2784564490803192529.post-63471896303529094202014-06-13T21:45:00.002-03:002014-06-13T21:45:40.739-03:00Postagens Aleatórias #88<div style="text-align: justify;">
Continuação direta da <a href="http://mentecomplicada.blogspot.com.br/2014/05/postagens-aleatorias-87.html">Postagem Aleatória #87</a></div>
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<div style="text-align: justify;">
----------------------------------------------</div>
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<div style="text-align: justify;">
Lily apareceu radiante em minha visão. Ela saltitava até mim como se não houvesse nenhum mal no mundo. Ao redor dela, sua aura de felicidade acabava por chamar a atenção das pessoas a sua volta. Ela saltou em minha frente e beijou-me os lábios com delicadeza, se espichando toda para ficar na mesma altura que eu. Sorri contra seus lábios antes de levantar o olhar para seu acompanhante. Passei o braço pela cintura da minha criança e a abracei contra mim, escondendo-a e beijando-lhe os cabelos.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Apresente-o, criança - Demandei firme, olhando para o rapaz a minha frente com a sobrancelha arqueada. Lily sorriu contra meu pescoço e mordeu a região, afastando-se de mim logo em seguida.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Lizzy, este é Heron - A minha criança se voltou para perto do rapaz que lhe acompanhava e abraçou-se a ele, beijando os lábios do mesmo em seguida.</div>
<div style="text-align: justify;">
Eu sorri de lado. <i>Heron</i>. Heróico. Isso soava quase irônico. O rapaz já tinha no nome o nível de sua missão com Lily: <i>heróico</i>. Eu apenas acenei com a cabeça para ele e comentei:</div>
<div style="text-align: justify;">
- Nome antigo. - Lily apenas sorriu encabulada para mim. Aquela era a minha criança.</div>
<div style="text-align: justify;">
Observei atentamente a interação entre os dois. Lily olhava para ele como se ele houvesse salvado-lhe a vida. Enquanto ele olhava para ela com olhos brandos e gentis. Eu diria apaixonados, mas isso apenas o tempo iria me dizer.</div>
<div style="text-align: justify;">
Lily havia passado um ano fora. Desde <i>aquele lá</i> ela havia entrado tanto nos estudos que eu tinha de arrastá-la para a diversão. Óbvio que eu cuidava dela. Mas mesmo assim...</div>
<div style="text-align: justify;">
Puxei o maço de cigarros do meu bolso traseiro e coloquei um na boca, olhando para o nada. Pela minha visão periférica, vi Lily apenas balançar a cabeça em irritação. Peguei o isqueiro dentro do meu bolso e acendi meu vício. </div>
<div style="text-align: justify;">
O prazer da primeira tragada foi intenso.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Isso vai lhe matar.</div>
<div style="text-align: justify;">
Eu rio irônica.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Tem coisas piores.</div>
<div style="text-align: justify;">
Eu e Lily rimos e ela se despede de mim. Enquanto vejo ela caminhar de mãos dadas com o seu rapaz, eu fico observando sua aura serena emanar alegria. Havia algum tempo que eu não a via assim. Eu me esforcei mais do que eu podia para vê-la feliz. E nada no mundo se comparava àquela visão. Dou mais uma tragada no cigarro quando sinto uma mão sobre meu ombro.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Quem é ele?</div>
<div style="text-align: justify;">
Com um suspiro longo, me viro para James. Ele olhava fixamente para o casal que a pouco me deixara. Viro meus olhos para minha menina e suspiro pesadamente. James era um idiota. Um idiota que amava minha menina, mas ainda assim um idiota. Um idiota que conseguira perdê-la do jeito mais estúpido possível.</div>
<div style="text-align: justify;">
- É o noivo dela.</div>
<div style="text-align: justify;">
Os olhos de James apenas viraram imediatamente para mim, assustados. Em seguida, sua risada seca ecoa em meus ouvidos. Sua expressão era branca, embora eu conseguisse distinguir traços de dor por ali.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Tarde demais, não? - Ele me perguntou, amargo.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Eu te avisei.</div>
<div style="text-align: justify;">
Apenas coloquei o cigarro já apagado no lixo e saí andando. James ainda me chamou uma ou duas vezes, mas eu coloquei minhas mãos no fundo dos bolsos e o ignorei. Eu avisara ele sobre perdê-la. Ele havia perdido. E para uma espécie de <i>herói</i>. O herói que ela precisava.</div>
</div>
Daia Andradehttp://www.blogger.com/profile/16879439702562457547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2784564490803192529.post-58358114786981436792014-05-31T13:31:00.001-03:002014-06-09T09:50:02.650-03:00Postagens Aleatórias #87<div style="text-align: justify;">
Ela veio correndo para mim e pulou no meu colo chorando. Quando seus braços rodearam minha cintura e seu choro ficou desesperado, eu sabia que as coisas estavam piores do que eu pensava. Passei meus braços em volta dela protetoramente e comecei a conduzi-la por meu apartamento, a até que chegássemos ao meu quarto. Ela chorava ininterruptamente e eu sentia sua lágrimas em minha pele. Seu choro dolorido machucava meu coração, mas eu precisava que ela estivesse segura primeiro. Sentei-a entra as minhas pernas no meu colchão e deixei que chorasse bastante. Eu cantava a <i>lullaby</i> que eu criara para ela tentando acalmá-la, para ver se adiantava. Quando ela pareceu menos desesperada é que comecei a perguntar:</div>
<div style="text-align: justify;">
- O que foi minha criança? O que aconteceu?</div>
<div style="text-align: justify;">
Seu rosto, escondido em meu ombro, se mexeu e eu senti uma mordida no local. Ela afundou um pouco os dentes e eu sabia que a pele ia ficar marcada por algum tempo, mas não reclamei. Quando ela parou o aperto na pele, eu sabia que ela conseguiria falar sem cair em pranto desesperado de novo.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Ele não me ama.</div>
<div style="text-align: justify;">
Aquela frase me fez suspirar. Eu já sabia disso. Eu sempre soubera. Só que eu não podia simplesmente falar para ela largá-lo. <i>Ela o amava</i>. De que adiantaria eu ser cruel aquele ponto? Eu beijei-lhe a testa carinhosamente e passei a ponta dos meus dedos por seu rosto, acarinhando o rosto lindo da minha criança.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Eu entreguei meu coração a ele - Ela falou com a voz quebrada e meu coração se apertou por causa dela - E ele disse que me ama <i>desse</i> jeito: da mesma forma que ama ao irmão.</div>
<div style="text-align: justify;">
O pranto dela voltou, e eu senti ela cheirar meu pescoço, enquanto mordia a região. Eu imaginava que a dor que ela estivesse sentindo fosse tão forte a ponto dela precisar extravasar de alguma forma. Por isso ela me mordia. Para que a dor diminuísse um pouco. Acarinhei seu cabelo longo e suspirei, tentando ignorar a dor em meu pescoço. Fiquei olhando para um ponto qualquer do meu quarto enquanto deixava ela deixar seus problemas em meu colo. Eu sabia que isso era só o começo. Ela precisava e muito de mim. Olhei para meus cadernos espalhados em minha escrivaninha. Isso poderia esperar.</div>
<div style="text-align: justify;">
Continuei a cantar para ela enquanto mexia distraída em seus cabelos. Ela volta e meia mordia mais forte meu pescoço, e logo depois aliviava. Ficou nesse aperta-e-segura até que eu não senti mais seus dentes em minha pele. Sua respiração havia acalmado. Ela dormia.</div>
<div style="text-align: justify;">
Com cuidado, retirei-a do meu colo e deixei ela melhor acomodada em meu colchão, cobrindo-a para que não sentisse frio. Fui até a janela do meu quarto e olhei para o por do sol. Ela havia chegado aqui próximo ao meio-dia. E só agora parecia mais calma. A noite seria longa.</div>
<div style="text-align: justify;">
Fechei as cortinas e dei uma olhada nela uma última vez antes de sair do quarto. Andei pelo corredor até chegar a sala. Na mesa, meu celular tinha o <i>led</i> piscando. Alguém estava atrás de mim. Sem olhar quem era, apenas retornei a ligação.</div>
<div style="text-align: justify;">
- <i>Ela está com você Lizzy?</i> - Quando reconheci a voz, quase engasguei. Era <i>ele</i>. O cara que jogara minha menina para escanteio.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Onde mais ela estaria, James? - Perguntei olhando pela janela da sala.</div>
<div style="text-align: justify;">
- <i>Ela saiu daqui sem dizer nada, nem tchau me deu. E ninguém sabe dela. Você era minha última esperança. - </i>Eu caminho até minha bolsa e pego um cigarro de meu maço, indo até janela em seguida junto com isqueiro na mão.</div>
<div style="text-align: justify;">
<i>-</i> Ela sempre corre pra mim quando algo dá errado. Por que você ainda parece surpreso? - Pergunto, fazendo algum malabarismo e conseguindo acender meu cigarro. Dou uma longa tragada, sentido a fraqueza da primeira revitalizando meu corpo e tirando-me a tensão. As vezes, eu acho que só fumo por causa da primeira tragada. Óbvio que sei que não é por isso, mas gosto de me iludir um pouco. Deixo uma baforada pairar para fora do meu apartamento e paro de divagar com a voz no telefone.</div>
<div style="text-align: justify;">
- <i>Ela está tão mal assim</i>? - Ele me pergunta receoso e eu suspiro, dando outra tragada.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Ela está comigo não está?</div>
<div style="text-align: justify;">
-<i> Não foi minha intenção, Liz. Eu só...</i></div>
<div style="text-align: justify;">
- Achou que ela ia aceitar numa boa? - Interrompi ele olhando para o nada - Lily te idolatra. Desde que pôs os olhos em você. E parecia uma criança em manhã de Natal ao falar de você. E com certeza <i>era </i>uma criança em manhã de Natal ao <i>estar</i> com você. Ela vai ser forte e aceitar o que você disponibilizar a ela numa boa. Mas isso é só por fora. Seria melhor se você tivesse só dito que não queria mais nada com ela. Agora dizer para serem <i>amigos</i>? Isso, meu caro, foi um golpe baixo. Muito baixo.</div>
<div style="text-align: justify;">
- <i>Há vários caras por aí. Ela com certeza vai me esquecer.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>- </i>Não, não há vários caras por aí. Lily estava acabada, ela nunca mais vai ter um relacionamento por causa de <i>você sabe quem</i>. E então você chega como uma manhã ensolarada após uma semana chuvosa e acha que pode simplesmente depois de alguns dias mostrar dias apenas <i>amenos</i>? Nada vai ser a mesma coisa pra ela.</div>
<div style="text-align: justify;">
- <i>Mas achei que isso vai ser a melhor forma de tê-la por perto sem magoá-la.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
- Entenda de uma vez por todas James: Você vai perdê-la. E eu não vou interferir nisso. Ela vai sim te esquecer. Só que do jeito mais doloroso pra você. Ela vai se afastar muito devagar. E você nem vai ver. Só que quando você quiser o colo dela, ela vai estar longe demais do seu alcance para te ajudar. E então você vai descobrir que não deveria ter feito o que está fazendo.</div>
<div style="text-align: justify;">
- <i>E então eu não vou tê-la nunca mais, é isso?</i></div>
<div style="text-align: justify;">
- Já aconteceu antes. Todos se arrependem. Mas é um caminho que não tem volta. - Dou a última tragada em meu cigarro, antes de jogá-lo no cinzeiro mais próximo. Eu havia terminado com ele tão rápido que não sentira. Preocupante, no mínimo.</div>
<div style="text-align: justify;">
- <i>Eu preciso pensar.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
- Não demore Jay. Pode ser que quando você se decidir, seja tarde demais.</div>
<div style="text-align: justify;">
James não respondeu mais e eu sabia que ele havia desligado. Jogo meu celular no sofá e fecho a janela. Volto para o quarto e Lily se move, abrindo os olhos lentamente. Eles estão vermelhos por conta do choro. Sento junto a ela e a puxo para mim, acariciando seus cabelo. Ela cheira meu pescoço e faz um barulho engraçado.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Você estava fumando Lizzy.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Sim.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Isso é nojento.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Shiu criança.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ela dá uma risada baixa e levanta o rosto para o meu. Beija meus lábios carinhosamente e se aconchega novamente em mim.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Obrigada Liz. Obrigada por estar aqui.</div>
<div style="text-align: justify;">
Eu apenas a aperto no abraço, sem dizer nada. James não sabe a sorte que tem por ter essa criança irritante ao lado. Provável que nunca vá saber. Mas quem sabe eu não tenha posto juízo na cabeça dele, não?</div>
Daia Andradehttp://www.blogger.com/profile/16879439702562457547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2784564490803192529.post-41229297466974038652014-05-25T18:53:00.000-03:002014-06-18T12:01:52.042-03:00Postagens Aleatórias #86<div style="text-align: justify;">
[...]Gosto de pessoas de riso fácil e contagiante. </div>
<div style="text-align: justify;">
Com aquele sorriso sincero e espontâneo, que chega a causar inveja em qualquer um pela beleza do sorriso. Gosto quando os olhos sorriem ao me ver, junto com os com os lábios, que acompanham a risada. Gosto dessa sintonia sincera entre os dois. Não gosto de sorrisos comedidos e que estão ali só para aparecer, gosto da beleza simples e única do ato. Gosto quando a pessoa simplesmente não liga para a risada espalhafatosa ou o jeito extravagante. Gosto ainda mais quando a sincronia entre sorriso nos lábios e nos olhos é culpa minha. Meu coração se enche de alegria quando isso acontece. Gosto também dos sorrisos tímidos, daquelas pessoas que não sorriem porque acham ele feio. São sorrisos tão lindos, e que acompanham tão simplesmente os olhos que não tem como não gostar. </div>
<div style="text-align: justify;">
Olhos e sorrisos são duas coisas que me enfeitiçam completamente. E é fácil deduzir pelo o que eu me apaixono primeiro ao olhar para uma pessoa. [...]</div>
Daia Andradehttp://www.blogger.com/profile/16879439702562457547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2784564490803192529.post-80059529157072408822014-05-22T10:37:00.000-03:002014-05-22T16:45:12.723-03:00Postagens Aleatórias #85<div style="text-align: justify;">
[...] Oi, me beija mais uma vez. Só mais uma. E talvez mais muitas. Sabe o que é? É que o gosto do seu beijo ainda está na minha boca e está me dando uma agonia desgraçada não conseguir sentir ele de novo, então fica essa agonia me incomodando dia e noite, tirando meu sono e me impedindo de me concentrar. E daí eu sinto que se eu te beijar de novo, quem sabe passe a agonia. Claro que se você parar de me beijar, a agonia volta. Mas quem disse que eu vou deixar você parar não é mesmo? [...]</div>
Daia Andradehttp://www.blogger.com/profile/16879439702562457547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2784564490803192529.post-10469402133600845542014-05-11T21:03:00.002-03:002014-05-11T21:03:46.431-03:00Postagens Aleatórias #84<div style="text-align: justify;">
[...]Eu <i>stalkeio</i> mesmo. E não estou nem aí.</div>
<div style="text-align: justify;">
Eu vou lá no seu perfil e vejo quantas curtidas tem na minha foto favorita sua, e quero saber quantas são femininas e se aquela que eu não gosto também curtiu. Eu olho o perfil de cada uma delas e me pergunto como é sua relação com elas. Faço isso mesmo, e não tenho vergonha. Todo mundo faz isso, eu apenas não me importo que todos saibam. Porque eu gosto de saber cada detalhe seu e captar seus nuances no dia a dia. E quero esses detalhes só pra mim. Mesmo que eu saiba que não posso. Então me contento quando você simplesmente muda sua foto de perfil porque eu disse que amei outra. Amo mais ainda quando você coloca a foto que eu amo porque você está sorrindo, mesmo você a odiando. Você é tão especial pra mim que eu dedico uma parte especial do meu dia apenas para saber, <i>stalkear</i> você.[...]</div>
Daia Andradehttp://www.blogger.com/profile/16879439702562457547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2784564490803192529.post-14678968843264018842014-05-06T21:58:00.001-03:002014-05-06T22:17:21.452-03:00Postagens Aleatórias #83<div style="text-align: justify;">
Ela era minha heroína.</div>
<div style="text-align: justify;">
Acho que ela sempre foi e eu nunca me dei conta. Ela era forte como ninguém. Eu a vira chorar poucas vezes, e todas foi por mim. Ela chorava para me proteger, para que eu não sofresse. Lembro até hoje a primeira vez que a vi chorar. Eu era boba, não entendia direito o que estava acontecendo, mas eu lembro claramente dela ir se esconder no banheiro. Eu, curiosa, fui atrás dela para saber o que estava acontecendo. Ao entrar no banheiro, eu a vi sentada, com o rosto entre as mãos. Eu lembro que sentei na frente dela e tirei-lhe a mão do rosto para ver seus olhos. Quando os meus, castanhos, encararam os dela, verdes, eles estavam inundados. Eu peguei-lhe as mãos e perguntei "O que houve? Por que você está chorando?" e ela simplesmente passou a mão pelo meu rosto e beijou minha testa. Naquele momento, o que quer que eu tivesse feito de errado, eu queria consertar. Daquele momento em diante eu decidi que eu nunca mais queria vê-la chorar por minha causa. Só queria que ela sorrisse, orgulhosa de mim. </div>
<div style="text-align: justify;">
É uma promessa que mantenho até hoje. E faço de tudo para cumpri-la. Não é fácil, eu erro às vezes, mas o objetivo é sempre o mesmo: fazê-la orgulhosa de mim</div>
<div style="text-align: justify;">
Ela é uma guerreira. Nunca vi ninguém lutar contra tudo e contra todos com tanta força e tanta garra. Ainda mais em meu favor. Eu lembro de uma das poucas vezes que ela abriu a boca contra alguém que eu tivesse grande estima. Eu estava magoada e me tranquei no banheiro, chorando desesperada e sem saber o que fazer. Eu me sentia perdida e desamparada. Eu ouvi a voz dela do outro lado da porta, pedindo para entrar, para que eu dissesse o que estava acontecendo. Entre soluços e lágrimas, contei-lhe o que me afligia. Eu sentei no chão e me abracei, em completo desânimo. Eu lembro que ela entrou no banheiro, me puxou para perto e me falou as palavras mais encorajadoras e mais ferozes que eu já tinha visto em minha vida. E principalmente, para mim. Ela discursava com paixão e me estimulava a continuar minha vida com uma chama nos olhos. Seus olhos verdes refletiam determinação para que eu ficasse melhor. Naquele momento, eu me senti extremamente cuidada. E daquele momento em diante eu decidi que não deixaria que ela nunca mais me visse chorar. Queria absorver a determinação dela e com isso transformar lágrimas em novas portas para o destino.</div>
<div style="text-align: justify;">
É uma promessa que levo em mim até hoje. Porque é uma promessa que me faz viver cada dia mais intensamente que o anterior, e quero poder sempre viver o máximo, como ela me ensinou.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ela me ama. E me ama muito. Muito mesmo. Acho que isso foi o mais difícil de perceber ao longo dos anos. Eu fui uma pessoa rebelde e revoltada, tive de ser humanizada de novo. E mesmo assim ela nunca deixou de me amar. Pelo contrário, ela me cuidou, me ensinou e demonstrou isso cada vez mais. Do jeito dela, óbvio, mas ela nunca me abandonou. Ela foi minha mais forte impulsora. Sempre me impulsionou para frente, para o futuro. E me empurrou em direção a ele quando eu queria fugir. Ela me apoiou mesmo a contra-gosto e mesmo sabendo que em algum momento eu ia quebrar a cara, ela me ajudou a seguir. Ela me deu base, me sustentou e me amou até quando eu estava errada. Ela me abraçou e me deu colo. Ela esteve ali o tempo inteiro. Mais silenciosa que o resto do mundo, mas sem nunca me abandonar, ela com seus cálidos olhos verdes, suas unhas curtas e bem pintadas e cabelos curtos e presos. Ela, que me cuidou durante anos e anos e sempre esteve presente nos momentos mais importantes da minha vida.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ela é minha heroína. Porque ela lutou por mim quando fui abandonada, me colocou em primeiro lugar durante todos esses anos e nunca reclamou disso. Ela, que se matou de cansaço por mim e que até hoje me liga para saber se eu já comi. Obrigada mãe. A senhora foi a pessoa que mais me ajudou em toda a minha vida e que mais se sacrificou por mim. Eu nunca vou ter palavras para dizer o quanto a senhora é minha heroína e o quanto eu a acho incrível. Até porque eu sou uma criança perto de você e escrevendo isso eu estou chorando porque nunca nada será o suficiente para homenageá-la. Quando eu crescer, quero ser tão forte, tão incrível, tão foda quanto a senhora. E mais ainda: quero que tenha orgulho de mim. Porque eu não valho nada do esforço que a senhora põem em mim e mesmo assim um dia eu quero valer e fazer valer a pena tudo que já fizeste por mim. Eu te amo.</div>
Daia Andradehttp://www.blogger.com/profile/16879439702562457547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2784564490803192529.post-78643184208529360442014-05-03T13:07:00.001-03:002014-05-03T13:07:35.756-03:00Postagens Aleatórias #82<div style="text-align: justify;">
[...]Não, eu não acredito nesse seu amor.</div>
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É sério, desculpa, mas eu não acredito mesmo. E não encorajo ninguém a acreditar tampouco. Não consigo acreditar porque tem uma série de coisas que eu não acredito e que fazem parte do seu "amor". Eu não acredito em mentiras e em nenhum tipo delas. Mentiras são injustificáveis e pouco desculpáveis. Não há como aceitar mentiras, em nenhum grau de seriedade. E seu amor me parece uma mentira dessas tão feias que você não consegue mais saber onde começa. O fim dela já nem consegue ser visto. É um novelo de lã tão grande, tão enrolado, que nem um gato conseguiria tal façanha. Há tanta enganação e tragédia nesse seu amor que ele não é nem confiável. Uma coisa é não acreditar, porque isso é pessoal. Mas não ser confiável torna tudo pior. Um dia de "eu te amo" e outro de "eu te odeio" não serve. Viver nessa fantasia que você chama de realidade não me parece algo que se deva crer. Não consigo encarar essa sua realidade. Eu não consigo acreditar nas suas palavras. Seu amor para mim é uma farsa. Uma forma que você achou de não ficar só. Mesmo depois de tanto tempo. E aí você contou a mesma mentira tantas vezes que você acabou acreditando, porque <i>parece</i> verdade. Mas eu sei que não é. Você apenas se segurou a algo que salvou sua vida, assegurando-se de chamar de <i>amor </i>algo que eu classifico como <i>necessidade</i>. Então por favor, me desculpe se pareço pouco gentil. Mas <i>isso</i> que você está dizendo não é algo que eu vou acreditar.[...]</div>
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<br /></div>
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E antes que alguém pergunte: NÃO, isso não é pra ninguém em especial. Esse veio de um conto perdido nos meus cadernos do ensino médio.</div>
Daia Andradehttp://www.blogger.com/profile/16879439702562457547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2784564490803192529.post-49638820093904755512014-04-27T22:28:00.000-03:002014-04-27T22:28:03.160-03:00Procurar por você<div style="text-align: justify;">
Hoje fui procurar por você. Por você e pelos vestígios que deixou em mim. Por que eu fiz isso? Porque eu queria saber o que havia mudado na minha vida desde que te conheci. </div>
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Comecei por fotos.</div>
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Tínhamos poucas fotos. Poucas mesmo. Você nunca gostou ou fez questão, e eu que sempre fui apaixonada por fotografia deixei de lado esse meu aspecto particular por causa sua. Então fiquei surpresa ao procurar e não achar as poucas que tínhamos. Elas não existem mais. Não sei se foi por meu aspecto prático ou se por dor mesmo. Mas não as tenho mais. Nenhuma. Elas simplesmente se foram. Apenas existiam as fotos que tiramos em grupo. E nada mais. </div>
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Deixei as fotos de lado, frustrada, e procurei por gostos.</div>
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Seu antigo gosto musical ficou em mim. E muito. Coisas que eu não ouvia antes simplesmente se tornaram parte da minha vida. Você transferiu essa parte sua para mim e mandou esse aspecto, que eu gostava tanto em você, para longe. Não existe mais aquele gosto seleto, aquela particularidade sua. Existe outra coisa.</div>
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Cansada de pensar nisso, eu procurei por mim.</div>
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É, procurei por mim mesma. O que tinha acontecido comigo. Eu olhei para a pessoa que eu fui, que me tornei e para o que sou. Eu era carinhosa, dedicada e gentil. Amável e completamente devotada as pessoas a minha volta. Isso era o que eu <i>era</i>. Passei disso para uma pessoa amarga. Dolorosa. E irritante. Fiquei dentro de um mundo de dor e perdi boa parte da minha personalidade. Me perdi de e em mim mesma. Eu fiquei fora de mim. Isso foi o que eu me <i>tornei</i>. E então eu passei por um processo de reconstrução. Eu tinha perdido meu sorriso, então reaprendi a sorrir. Eu não sabia mais ser carinhosa, então eu me dediquei novamente as pessoas que amo. E tinha me perdido de mim mesma, então eu me procurei, nos confins da minha dor e da minha consciência, para me colocar de volta onde eu deveria estar. Então, hoje eu simplesmente <i>sou</i>.</div>
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E quando fui olhar o que tinha sobrado de você em mim, eu descobri que as fotos que ainda remanesceram de nós era a única coisa que eu tinha de você. Isso pelo simples fato de que você me tirou da sua vida. E pra ser sincera, acho que isso não vai mudar.</div>
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Mas não se preocupe. Isso não me incomoda nem um pouco. Gosto do fato de que eu continuo eu mesma sem você por perto. Se antes você era o que me definia, agora eu me defino por mim mesma. Então não preciso mais procurar, não preciso mais procurar por você, porque sei que não vou achar.</div>
Daia Andradehttp://www.blogger.com/profile/16879439702562457547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2784564490803192529.post-49954230793085119772014-04-25T18:20:00.000-03:002014-04-25T18:20:06.845-03:00Postagens Aleatórias #81<div style="text-align: justify;">
[...]Ninguém pode me ajudar hoje. Estou caindo fundo, sem conseguir enxergar a saída e nada para me apoiar. É um poço sem fundo. E não há ninguém para me segurar.[...]</div>
Daia Andradehttp://www.blogger.com/profile/16879439702562457547noreply@blogger.com0