Não estou com cabeça para criar ou sequer pensar neste momento, só quero que essas malditas lágrimas que insistem em se formar nos meus olhos vão embora. Por isso, hoje, só alguma coisa aleatória.
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O cheiro que estou sentindo não é nem de longe o cheiro agradável do perfume masculino que mais gosto. Sequer é o cheiro delicioso do perfume feminino que uso. É um cheiro que lembra o mar, aquele cheiro forme, meio salgado, que arrepia a gente a menor presença. Deitada aqui, languidamente, ergo uma pouco as pernas, flexiono os joelhos, mudo de posição. Mas isso não me parece bom o suficiente, então recorro a posição confortável a qual durmo: a posição fetal.
Encolho-me sofridamente, sentindo aquele cheiro entrar pelo meu nariz e impregnar minha pele. É desprezível. Quero que ele saia daqui, que morra, evapore, seja lá o que for. Quero que ele desapareça. Mas ele não desaparece. Ele escorre pela minha pele lentamente. deixando uma tristeza inconveniente em seu traço. Como essa tristeza dói. Corrosiva, ela mata pedaço por pedaço por onde me toca. Ela afugenta minha alegria, mata minha felicidade e acaba com qualquer resquício de esperança.
Peço uma coberta, sabendo que o frio que sinto não é causado pelo clima e tampouco será sanado por uma simples cobertor. O frio que sinto na alma, alimentado pelo cheiro salgado, faz com que eu trema de medo, de tristeza, faz com que eu me sinta sozinha. Para sempre. É o tipo de sensação que não vai embora facilmente. Sabe porque? Porque provém do cheiro. E é o cheiro de que?
É o cheiro da lágrima de uma garota apaixonada.
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