segunda-feira, 23 de março de 2015

Postagens Aleatórias #98

Toda noite eu choro.
Eu vou me deitar, totalmente exausta de mais um dia de batalha e me abraço ao travesseiro. Olhando para a parede, eu sinto meu coração afundar e meu peito ser pressionado por uma mão invisível. Por uma garra dolorosa. Então em seguida minha respiração engata e eu começo a sentir o desespero. Meu rosto não tarda a ficar molhado. Encarando o teto, sentindo seu cheiro no meu travesseiro, eu sinto um soluço subir minha garganta. Eu o prendo, pedindo a mim mesma para me comportar. Mas o desespero começa a aumentar e um pequeno guinchar sobe pela garganta. Eu não consigo evitá-lo.
Está doendo.
Eu estou usando a sua blusa para dormir, e me agarro a ela como se minha vida dependesse disso. O travesseiro, que ainda guarda um pouco do seu cheiro, se torna meu refúgio. E o cordão em meu pescoço, presente seu, parece ser uma memória distante. E a única coisa que eu tenho sua.
Meu coração bate contra meu peito de forma dolorosa. Eu sinto meu corpo dizer "Pare. Por favor, pare". Meu corpo pede para a dor ir embora e eu tento fazer o melhor que eu posso para aplacar esse sentimento. Um grito sofrido quer sair dos meus lábios, mas eu não permito. Mergulho meu rosto contra o travesseiro, desejando internamente que seu cheiro seja capaz de aplacar minha angústia.
Mas é inútil.
Toda noite eu choro. Choro pela falta que sinto de você. Pela falta que seu sorriso me faz. Por não ter seus braços a minha volta ou sua voz sussurrando meu nome. Por não poder dragar meu nariz em seu pescoço e sentir seu cheiro. Por não poder beijar a sua boca ou dizer "Eu te amo" antes que adormeça. Todas as noites, eu choro. Choro muito. Até não sobrar nada de mim. E quando fica aquele vazio, como se mais nada existisse, eu me sinto capaz de dormir para poder sonhar com você.