domingo, 31 de outubro de 2010

Não posso ser domesticada

Apenas mais um conto qualquer, sem quase nada pessoal, apenas para quebrar a monotonia.
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O corpo se movimentava lentamente, ela sabia o que fazia. Desceu a mão esquerda pela lateral do corpo, a outra mexia o cabelo de uma forma sexy. Muitos já haviam notado aquela figura singular na pista de dança, mas um em especial não parava de fitá-la. A garota, por outro lado, já não estava nem prestando atenção a sua volta, estava pouco se fudendo para o fato de alguém olhá-la. O importante era se divertir. Muito embora, oito horas antes, a estória fosse outra.
Oito Horas Antes
Ela arqueou as sobrancelhas diante da declaração de seu namorado, quase ex, em relação a sua afirmação.
- Então... Você quer dizer que eu não posso ir? - Perguntou levemente irritada por dentro, mas soando cética e até irônica para seu companheiro.
- Precisamente - Ele falou em tom calmo. A jovem sorriu de canto e levantou, pronta para sair daquele lugar, ultrajada por como homens costumavam achar que mandavam em sua conduta. Eles estavam errados. Não poderia ser domesticada.
Quando passou por ele, sem dirigir-lhe um olhar sequer, ele segurou sua mão, como se perguntasse o que ela estava fazendo. Com tranquilidade, livrou o pulso do aperto de ferro e virou-se para o homem perto de si. Agora, ex-namorado.
- Não lhe devo satisfações - Ela falou com resolução na voz. Ele grunhiu algo e comentou sério:
- Sou seu namorado, você deve sim.
Ela riu irônica e olhou para ele, os olhos em um profundo gelo, um olhar de congelar o inferno.
- Correção: Ex-namorado. E não, eu não devo nada a você. - Ela deu um sorriso malicioso para ele e continuou - Ninguém me diz o que posso ou não fazer. Adeus - E ela saiu porta afora, combinando horários com as melhores amigas para se encontrarem na festa.
Neste momento
E isso levou aquela bela jovem aquela boate naquela noite. Ela gostava de ser solteira. Ela gostava de ser livre. Ela gostava de si mesma.
Porque um homem não poderia simplesmente lhe dizer o que fazer.
Não pode ser domesticada.

sábado, 23 de outubro de 2010

Garotos como você

São garotos como você
Que estragam garotas como ela.
Garotas que amam profundamente
Que se entregam de forma veemente.

São garotos como você
Que acabam com garotas como ela.
Que surram e maltratam-nas
Porque elas sempre estão a sua espera.

São garotos como você
Que machucam garotas como ela.
Garotas que viram amarguradas
Garotas que sofrem mil e uma dores por serem maltratadas.

São garotos como você
Que destroem garotas como ela.
Que Acham que podem sempre ganhar
Porque vocês não sabem a hora de parar.

São garotos como você
Que extinguem garotas como ela.
Eu sei que fazem, sei como fazem
Por que?
Porque antes eu era ela.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Reações a Você

Ver você todos os dias é tão fácil quanto respirar:
Você está sempre ali comigo, me ajudando, me escutando, pronto para me amparar.
Não é novidade, pra você, o que eu sinto:
Eu sorrio, eu ignoro, finjo que não vejo, eu minto.
Você virou meu melhor amigo;
Fiel, leal, companheiro, um ente querido.
Entretando eu nunca me esqueço:
A forma como me olha, como sorri, e sinto que me aqueço.
Sabe, com facilidade, como me envergonhar
Fala coisas que não deve, me olha de um jeito não tão puro, que basicamente me deixa sem ar.
E quando menos espero tudo entre nós acontece
Você chega perto de mim, fala coisas no meu ouvido e simplesmente me beija como se realmente pudesse.
E infelizmente, você sabe que pode
Você me pega pela mão, brinca comigo, e depois sempre foge
Eu já me acostumei com a idéia de que não me pertence
Mas as vezes eu sei, você é todo meu quando lhe apetece.
Só quero que se lembre de algo que sempre foge ao meu bom senso
Eu prometi estar aqui, mas a você não pertenço.
Apenas gosto de nosso jogo
Afinal, foi com você que aprendi que só me divirto quando o jogo é perigoso.

Passagens Aleatórias

Eu olho para o relógio
Não entendo o que ele mostra
Fico de pernas para o ar
E saio do negócio.

Entro em uma cafeteria.
Sinto cheiros adversos.
Sinto vontade de escrever um verso
Mas a moça queria saber o que eu pediria.

Olho para minha melhor amiga
Ela me entende,
eu entendo ela
E é assim que nossa amizade se revela.

Olho ao meu redor
Sorrio outra vez
E eu achei que não tinha mais o que escrever
Mas voltei a digitar coisas este mês.

Quero um punhado de coisas
Coisas que eu sei que não posso ter
Mas se eu passar na droga do vestibular
Juro que escrevo tudo de novo e outra vez

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Porque?!

"Eu estarei aqui sempre"

Se essa frase é verdade, porque parece que há um rombo enorme no meu peito que a cada segundo parece aumentar cada vez mais de uma forma grotesca e absurda?! Explique-me porque diabos eu não consigo evitar essas dores em todas as partes boas que tenho, ou porque parece que alguém arrancou meu coração de dentro de mim e colocou limão no lugar.
E pior ainda, porque eu estou chorando?! Porque? Me explica. Não era pra gente ficar juntas pra sempre?! Sempre não significa transcender o tempo? Não era pra estarmos perto uma da outra, sempre?! E perto não significa ao nosso alcance?
Deus! Porque você está fazendo isso comigo? Quer meus bens materiais? Pegue, são seus. Quer minha bondade e tudo de melhor que tenho? Dou de presente, não tem sentindo ser assim sem você por perto. Quer minha vida também? Pegue-a também. Não tem porque viver sem você por perto. Apenas não faça o que você vai fazer.
Não continue a dilacerar-me aos poucos, matando lentamente. Ou melhor, faça isso, apenas... Não me deixe. É a pior coisa contra mim que você pode fazer. Diga-me, quando eu precisar, quem vai ser a pessoa a me acalentar?
A fica ao meu lado?!
Que vai calar meu choro incessante e me defender de todos os males?!
Quem vai estar aqui por mim em todos os segundos da minha vida?!
Se não for você, nós duas sabemos que não será mais ninguém. Porque faz isso comigo?!
Eu fui má com você? Peço perdão até a próxima encarnação. Eu te machuquei? Por favor, aceite meu sangue para reparar esse erro. Me afastei? Entrego minha existência a você para que nunca mais se sinta sozinha. Apenas não me deixe.
Sem você comigo para me ajudar a ser eu mesma, como conseguirei seguir em frente e seguir suas palavras?
"Se tu consegue aceitar ser médica pela tua família, então eu acho que também posso fazer Direito"
Não foi isso que tu disse? Que era apoio mútuo? E para onde foi isso? Era tudo sem sentido? Vazio? Não deveria ter acreditado?
Não mate tudo o que tenho de bom com isso. Não vai matar só o que tenho de bom, mas a mim também.