Inspirada por uma imagem do facebook, resolvi tocar em um assunto que me deixa emocionada cada vez que penso nele. A foto que fez-me inspirada foi essa:
Trabalho social.
Você já fez? Se não, experimente. Se já, faça de novo. Minha experiência com trabalho social começou com a empresa onde minha mãe trabalha. Eles fazem isso ao final de ano, dia das crianças e essas datas comemorativas que ninguém deveria ficar sozinho mas todos nós sabemos que há muitas pessoas que ficam. Pois bem, minha experiência foi com um asilo, chamado Padre Cacique, no bairro Menino Deus, em Porto Alegre. O lugar se mantém só de doações se não me engano.
É uma instituição bem grande, na época que eu fui sua fachada estava meio feia e parecia que o lugar estava caindo aos pedaços. O tamanho do lugar ocupa, eu acho, uma quadra inteira e é realmente grande, dá para se perder lá.
Ao entrarmos no local, o pessoal que trabalha lá, como voluntários eu imagino, nos recebeu e começou a nos mostrar o lugar. Se por fora parecia caindo aos pedaços, qual não foi minha surpresa ao ver um ambiente grande, bem iluminado e realmente bem equipado para os idosos. Acomodava a todos muito bem, tinha a aparência de limpeza e era muito bonito. Atrás da edificação há um jardim interno bem cuidado, onde os velhinhos e velhinhas poderia tomar um sol para sorrir um pouco, afinal eles estavam ali por algum motivo familiar.
Quando começamos a visitar o lugar, eu fui falando com os velhinhos e velhinhas, dando-lhes atenção, que era o motivo pelo qual estava ali. Uma das maiores dores da minha visita foi uma senhora que estava sentada olhando a foto de sua família. Um dos senhores que acompanhava nosso tour pelo local disse que desde que ela entrara ali, ninguém viera visitá-la (coisa que acontece com muitos deles), nem mandaram notícias. A única coisa que ela tinha da família era aquela foto.
Naquele momento eu senti muita dor no coração. Pensei na minha avozinha, mulher de fibra que me criou com bons modos e uma educação digna de uma lady, numa situação daquelas. Eu não queria que isso acontecesse. Imagino o sofrimento que aquela mulher não deve sentir pelo abandono daqueles entes queridos. Senti uma agonia intensa e uma vontade de chorar brotou em mim. Eu me aproximei daquela senhora e comecei a conversar com ela.
Não lembro sobre o que conversamos, sei que ela passou a acompanhar nosso grupo, junto comigo. E a cada novo idoso que eu via, eu tentava fazer com que eles sentissem-se bem, que não se sentisse abandonados por todos, pois eu sabia que aquela sensação era uma das piores a se sentir.
Após aquela experiência, cada vez que a empresa da minha mãe fazia uma ação social, eu tentava participar, pois queria que as pessoas se sentissem felizes. Quando eu fazia aulas no São Manoel Educação e Assistência, antigo Colégio São Manoel, eu convivi com esquizofrênicos e descobri que eles são pessoas tão gentis quanto uma criança. Necessitam de cuidados especiais e tem um aprendizado diferenciado, mas são extremamente cativantes se você der a oportunidade a eles. São gentis, alegres e levam uma vida realmente normal, pegando ônibus e se cuidam tanto quanto nós.
Também já fiz trabalho voluntário no meu ensino fundamental, no meu colégio mesmo, e convivi com a Classe Especial, que possuía todos os tipos de crianças portadores de alguma necessidade especial. Sinceramente, preferia ficar com eles a ficar com os alunos do Jardim. São crianças amorosas, que ao menor sinal de carinho e contentamento dos outros em relação a elas devolvem tudo de forma grata e com muito amor. São crianças que os pais fazem de tudo por eles, e diferente de nós, que não passamos essas dificuldades, elas realmente retribuem cada gesto de carinho. Cada simples gesto é sempre retribuído. Eu adorava passar o tempo com eles, cuidado-os e ajudando os professores com o que fosse necessário. Era estimulante ver essas crianças sorrirem para você apenas porque você lhe alcançou um lápis.
Já fui a um orfanato com a empresa da minha mãe. E com certeza, essa foi uma das visitas mais dolorosas que já tive. Imagine crianças que nunca receberam nada, nem afeição, de ninguém, se alegrarem porque irão receber um bolo e alguns brinquedos simples. Imagine a felicidade delas. O brilho no olhar que cada uma delas exibia ao brincar, receber o presente ou mesmo só por nos ver ali era algo inimaginavelmente bonito. Aquece a alma ver uma pessoa tão feliz assim. Nós conhecemos todo o lugar, que foi-nos mostrado pelas próprias crianças. Elas nos puxavam ela mão, querendo que soubéssemos tudo sobre elas. Eu fiquei encantada. Acompanhei todas as que me puxaram, brinquei com elas e as fiz feliz, ao menos por aquele momento. Dei minha atenção, toda ela. E vi aqueles seres humanos pequenos, que não tinham ninguém, serem felizes.
O que mais dói ao fazer um trabalho voluntário desses é a hora da despedida. As crianças te olham pedindo "Tia, me leva junto, por favor? Prometo que vou me comportar bem. Não vai embora, por favor" Dói no coração de qualquer ser humano ver um apelo tão sincero e triste. Sempre quis irmãos. E senti vontade de levar todos eles comigo, tamanha era a tristeza deles. É algo que não dá para explicar. Os olhos, eles simplesmente tocam sua alma. E dói muito que você não possa atender o pedido deles. Eles querem carinho, amor, compreensão.
Uma outra vez que fui a uma asilo como trabalho voluntário para um trabalho escolar, eu vi senhoras serem maltratadas por quem as cuidava. Senti tanta dor ao ver aquelas senhoras que não recebiam muita visita serem repreendidas por estarem alegres. Quando apresentamos o trabalho, eu senti vontade de dizer "O mais revoltante é que aquela mulheres não pensam que um dia elas poderão estar no asilo. Tem tantos jovens maltratando seus avós que dói na gente ver que os idosos não se importam, pois eles sabem que poderiam estar em lugares piores." Eu chorei durante aquela visita, pois foi muito doloroso ver aquelas cenas e imaginar isso acontecendo com uma das mulheres que mais amo.
Mesmo assim, o trabalho social é algo que quando você faz uma vez, se for um ser humano com coração, vai querer fazer de novo e de novo, sem nunca se cansar. Os sorrisos felizes daquelas pessoas por você simplesmente estar ali e não pelo que você trouxe consigo já é o suficiente para aquecer seu coração e deixar qualquer tristeza de lado apenas para continuar sentindo aquela paz que só pessoas que realmente precisam sorrir trazem. Você sabe que é injusto o que fazem com eles, mas você quer fazer o dia delas diferente. E para elas, só isso basta, que você disponha um pouquinho do seu tempo com elas, para ouvir suas histórias, para compartilhar experiências ou simplesmente para matar algum tempo. Qualquer coisa serve.
Por isso, eu faço questão, quando me perguntam se devem fazer ou não, de responder "Faça e você verá o verdadeiro sentimento de realização em você" E não é só um sentimento. É uma realização fazer aquilo. Ainda mais quando você faz com amor.
Faça você também trabalho voluntário e aprenda o valor de uma vida.
Ao entrarmos no local, o pessoal que trabalha lá, como voluntários eu imagino, nos recebeu e começou a nos mostrar o lugar. Se por fora parecia caindo aos pedaços, qual não foi minha surpresa ao ver um ambiente grande, bem iluminado e realmente bem equipado para os idosos. Acomodava a todos muito bem, tinha a aparência de limpeza e era muito bonito. Atrás da edificação há um jardim interno bem cuidado, onde os velhinhos e velhinhas poderia tomar um sol para sorrir um pouco, afinal eles estavam ali por algum motivo familiar.
Quando começamos a visitar o lugar, eu fui falando com os velhinhos e velhinhas, dando-lhes atenção, que era o motivo pelo qual estava ali. Uma das maiores dores da minha visita foi uma senhora que estava sentada olhando a foto de sua família. Um dos senhores que acompanhava nosso tour pelo local disse que desde que ela entrara ali, ninguém viera visitá-la (coisa que acontece com muitos deles), nem mandaram notícias. A única coisa que ela tinha da família era aquela foto.
Naquele momento eu senti muita dor no coração. Pensei na minha avozinha, mulher de fibra que me criou com bons modos e uma educação digna de uma lady, numa situação daquelas. Eu não queria que isso acontecesse. Imagino o sofrimento que aquela mulher não deve sentir pelo abandono daqueles entes queridos. Senti uma agonia intensa e uma vontade de chorar brotou em mim. Eu me aproximei daquela senhora e comecei a conversar com ela.
Não lembro sobre o que conversamos, sei que ela passou a acompanhar nosso grupo, junto comigo. E a cada novo idoso que eu via, eu tentava fazer com que eles sentissem-se bem, que não se sentisse abandonados por todos, pois eu sabia que aquela sensação era uma das piores a se sentir.
Após aquela experiência, cada vez que a empresa da minha mãe fazia uma ação social, eu tentava participar, pois queria que as pessoas se sentissem felizes. Quando eu fazia aulas no São Manoel Educação e Assistência, antigo Colégio São Manoel, eu convivi com esquizofrênicos e descobri que eles são pessoas tão gentis quanto uma criança. Necessitam de cuidados especiais e tem um aprendizado diferenciado, mas são extremamente cativantes se você der a oportunidade a eles. São gentis, alegres e levam uma vida realmente normal, pegando ônibus e se cuidam tanto quanto nós.
Também já fiz trabalho voluntário no meu ensino fundamental, no meu colégio mesmo, e convivi com a Classe Especial, que possuía todos os tipos de crianças portadores de alguma necessidade especial. Sinceramente, preferia ficar com eles a ficar com os alunos do Jardim. São crianças amorosas, que ao menor sinal de carinho e contentamento dos outros em relação a elas devolvem tudo de forma grata e com muito amor. São crianças que os pais fazem de tudo por eles, e diferente de nós, que não passamos essas dificuldades, elas realmente retribuem cada gesto de carinho. Cada simples gesto é sempre retribuído. Eu adorava passar o tempo com eles, cuidado-os e ajudando os professores com o que fosse necessário. Era estimulante ver essas crianças sorrirem para você apenas porque você lhe alcançou um lápis.
Já fui a um orfanato com a empresa da minha mãe. E com certeza, essa foi uma das visitas mais dolorosas que já tive. Imagine crianças que nunca receberam nada, nem afeição, de ninguém, se alegrarem porque irão receber um bolo e alguns brinquedos simples. Imagine a felicidade delas. O brilho no olhar que cada uma delas exibia ao brincar, receber o presente ou mesmo só por nos ver ali era algo inimaginavelmente bonito. Aquece a alma ver uma pessoa tão feliz assim. Nós conhecemos todo o lugar, que foi-nos mostrado pelas próprias crianças. Elas nos puxavam ela mão, querendo que soubéssemos tudo sobre elas. Eu fiquei encantada. Acompanhei todas as que me puxaram, brinquei com elas e as fiz feliz, ao menos por aquele momento. Dei minha atenção, toda ela. E vi aqueles seres humanos pequenos, que não tinham ninguém, serem felizes.
O que mais dói ao fazer um trabalho voluntário desses é a hora da despedida. As crianças te olham pedindo "Tia, me leva junto, por favor? Prometo que vou me comportar bem. Não vai embora, por favor" Dói no coração de qualquer ser humano ver um apelo tão sincero e triste. Sempre quis irmãos. E senti vontade de levar todos eles comigo, tamanha era a tristeza deles. É algo que não dá para explicar. Os olhos, eles simplesmente tocam sua alma. E dói muito que você não possa atender o pedido deles. Eles querem carinho, amor, compreensão.
Uma outra vez que fui a uma asilo como trabalho voluntário para um trabalho escolar, eu vi senhoras serem maltratadas por quem as cuidava. Senti tanta dor ao ver aquelas senhoras que não recebiam muita visita serem repreendidas por estarem alegres. Quando apresentamos o trabalho, eu senti vontade de dizer "O mais revoltante é que aquela mulheres não pensam que um dia elas poderão estar no asilo. Tem tantos jovens maltratando seus avós que dói na gente ver que os idosos não se importam, pois eles sabem que poderiam estar em lugares piores." Eu chorei durante aquela visita, pois foi muito doloroso ver aquelas cenas e imaginar isso acontecendo com uma das mulheres que mais amo.
Mesmo assim, o trabalho social é algo que quando você faz uma vez, se for um ser humano com coração, vai querer fazer de novo e de novo, sem nunca se cansar. Os sorrisos felizes daquelas pessoas por você simplesmente estar ali e não pelo que você trouxe consigo já é o suficiente para aquecer seu coração e deixar qualquer tristeza de lado apenas para continuar sentindo aquela paz que só pessoas que realmente precisam sorrir trazem. Você sabe que é injusto o que fazem com eles, mas você quer fazer o dia delas diferente. E para elas, só isso basta, que você disponha um pouquinho do seu tempo com elas, para ouvir suas histórias, para compartilhar experiências ou simplesmente para matar algum tempo. Qualquer coisa serve.
Por isso, eu faço questão, quando me perguntam se devem fazer ou não, de responder "Faça e você verá o verdadeiro sentimento de realização em você" E não é só um sentimento. É uma realização fazer aquilo. Ainda mais quando você faz com amor.
Faça você também trabalho voluntário e aprenda o valor de uma vida.
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