sábado, 21 de dezembro de 2013

Postagens Aleatórias #63

[...] "Oi, sabe aquela coisa que eu queria te dizer, mas não sabia como? Então, o que eu queria dizer é que eu te amo, sou incondicionalmente apaixonada por você. Estou indo para o exterior agora. Nos falamos outra hora. Bye"
Ele observou o aparelho e deixou a mensagem tocar outra vez. Era só isso que conseguia fazer até ter coragem o suficiente para dizer "Eu também sou apaixonado incondicionalmente por você" [...] 

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Postagens Aleatórias #62

[..]Então funcionava assim: a gente ficava junto e se amava.
Daí eu enjoava de você e ia embora. Daí você ficava com raiva de mim e se afastava. Daí isso passava e um de nós virava pro outro e dizia "Estou indo te ver" e aí a gente ficava junto de novo. Por quanto tempo? Não sabemos. Mas apenas aproveitávamos enquanto eu não desse continuidade ao nosso ciclo sem fim de amor e ódio. Por hora posso conviver com esse afeto e desafeto constante que tenho por você. Mas sei que uma hora vou enjoar até disso e teremos que mudar nossa situação. Para melhor ou para pior. Pelo sim, pelo não, estávamos no fio da navalha. [...]

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Postagens Aleatórias #61

[...]Sua visão passou por vários tons.
Primeiro o vermelho, de raiva, de incredulidade, de pura irritação. Não dava para acreditar no que via.
Depois para o vermelho desbotou para o cinza lentamente, sinalizando a mágoa, a tristeza, a dor. Como aquilo poderia ser verdade?
Então o cinza passou para o amarelo com ferocidade, de sarcasmo, de ironia, de veneno puro. Tão previsível, adorava ver como era fácil ver as pessoas se iludirem.
E então o amarelo deu lugar ao branco, da indiferença, da gentileza, da aceitação. A vida não era a sua, então não tinha por que se preocupar.[...]

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

O Suricato

A sociedade suricato comumente é uma sociedade feminista, ou matriarcal, como deve-se dizer. Quem manda no bando normalmente é a fêmea mais forte, que impede que as demais de se reproduzirem. A fêmea dominante normalmente chega a ser maior que as outras devido a sua posição. E qualquer filhote que seja considerado ilícito é abandonado.
Naquela sociedade em especial, a líder já estava velha, e suas filhas lutavam pela sucessão. Embora houvesse a preferida ali, elas lutavam desde novas para assumir aquele posto de dominância. O grupo havia adquirido novos machos, machos saudáveis, que estavam esperando a hora de se unir com alguém. Havia aflição por parte deles. E mais ainda por parte delas, para obter aquela posição tão privilegiada. 
A favorita no entanto, já brigava desde o nascimento, muito mais que as outras. A favorita era uma das filhas mais novas. E uma das mais guerreiras e fortes. As mais velhas ficavam irritadas com isso, tentavam lhe fazer desfalecer, mas a matriarca da família impedia umas poucas vezes, quando ela não estava em condições de lutar. O que era raro.
Naquela noite, a favorita havia brigado não só com as mais velhas entre todas as filhas. Mas brigara com todas as irmãs. Aparentemente, elas haviam se unido contra a mais forte. Aquela noite em especial, que a favorita estava descobrindo interesse por um dos machos recém adquiridos. Na verdade, já havia algum tempo que ela havia notado ele, embora ninguém mais notasse. Era mirrado, mas forte. Daria um ótimo companheiro. E a favorita havia notado isso, e queria ele como seu companheiro. Mas ele sequer olhava para ela.
As irmãs, todas juntas, naquela noite foram derrotadas, uma a uma, pela favorita. A favorita mostrou seu valor como mais forte e a matriarca já estava prestes a dar-lhe o posto, numa luta em que deixava ela vencer, para poder descansar.
Então a favorita viu algo que lhe machucou profundamente. Seu escolhido, ele estava tentando ajudar uma de suas irmãs. Enquanto os outros machos estavam a sua volta, surpresos, ele simplesmente lhe ignorava. A favorita foi dormir, sob a permissão da matriarca, que observara a situação toda. Ela entendera que sua favorita não queria ver aquilo.
Na manhã seguinte, a favorita simplesmente acordou distante de todos, fazendo suas atividades diárias com uma perfeição inexplicável. Ela ficou longe de todos os machos, e pela noite desafiou a matriarca com uma postura de tédio. A matriarca resolveu que daria uma última luta para ela, uma decente. Ela lutou bravamente, e embora fosse forte, a mais nova venceu por puro mérito. Ela assumiu seu posto como matriarca da sociedade naquela noite.
Os machos ficaram na expectativa dela nomear seu favorito, o primeiro a acasalar com ela e gerar a primeira ninhada. Mas ela simplesmente fez todos dormirem. Na manhã seguinte, ela coordenou as atividades diárias como sua antecessora fizera. E não se aproximou de macho algum. 
Durante os meses seguintes, ela não nomeou ninguém como primeiro e tampouco acasalou com algum deles. Na verdade, eles sequer conseguiam chegar perto dela. Ela se tornara intocável. Suas irmãs, começaram a tentar acasalar. Ela simplesmente vetou e mostrou que os acasalamentos só aconteceriam com a permissão dela, e depois que ela mesma acasalasse. As mais velhas se voltaram contra ela novamente e tentaram tirar-lhe o posto.
A favorita apenas lhes rechaçou de forma absoluta e as fez ficar alguns dias sem alimento, para que servissem de exemplo para as outras. Ninguém mais tentou contestar sua decisão. Os machos estavam bastante apreensivos, ela não parecia querer nenhum deles. E isso os deixava temerosos de não serem bons o suficiente para a matriarca.
Os meses se passaram e o grupo mudou de região pois a que estavam começava a dar sinais de escassez de alimentos. Ao adentrarem um novo território, acharam um grupo de machos que foram banidos de suas sociedades. A matriarca aceitou eles dentro de seu rebanho. Os machos já pertencentes ficaram ansiosos com aquela decisão. Mais machos, mais competição. Mas com o passar do tempo eles perceberam que os novatos também não conseguiam chegar perto da matriarca e se acalmaram. Não havia perigo. A matriarca apenas fora generosa e aumentara a proteção dentro do território.
O tempo começou a passar. A matriarca então fez o primeiro acasalamento dentro do grupo. Ela deixou a mais velha de todas as suas irmãs acasalar. Mandou que escolhesse um parceiro e que poderia acasalar apenas com ele uma única vez. A mais velha se sentiu sortuda e escolheu o macho que mais a agradava. A matriarca se manteve impassível e adquiriu mais dois grupos de machos abastados. O grupo agora contava com trinta membros e se tornara fácil defender o território de invasores. A matriarca ainda não havia acasalado. 
Certa noite, os machos lhe abordaram sobre isso. Porque não eram bons o bastante para ela? Ela apenas demonstrou que o único que ela queria nunca olharia para ela. E foi dormir. Na manhã seguinte, deixou uma de suas irmãs mais nova acasalar. Ela acasalou com o mais velho entre os machos. A matriarca apenas continuou seus afazeres.
Com o passar do tempo ela foi permitindo aleatoriamente acasalamentos. Apenas uma vez, um único macho. Nada mais que isso. Ela cuidava de todos e não permitia brigas que não fosse com ela dentro do bando. O bando estava em harmonia.
Em uma determinada manhã, após absorver mais um macho abastado, ela acordou com um estalo. Acordou seu bando com carinho e fez as atividades matinais com felicidade. E então sorriu para a irmã e pediu para que escolhesse seu macho para acasalar. A irmã ficou surpresa  disse que não sabia quem queria. A matriarca sorriu e perguntou quais que ela estava em dúvida. A irmã apontou para três machos, um dos mais velhos, um que chegara a pouco e o escolhido de sua matriarca. O sorriso fora quase cruel.
A matriarca pediu que eles brigassem por sua irmã. Os machos ficaram surpresos. A matriarca dizia para que provassem seu valor diante do bando de que mereciam aquela fêmea. E aquele que fosse com o pior desempenho seria banido do bando. Após ser decidido quem ficaria com sua irmã, a própria matriarca escolheria com quem acasalar. Os três machos se botaram em combate prontamente, não queriam perder.
Como o previsto pela matriarca, quem perdeu foi seu favorito. O ganhador fora o macho que chegara há pouco. A matriarca ainda daria uma chance para o perdedor: ele deveria escolher outra fêmea que estivesse disposta a acasalar com ele. Humilhado, ele apenas disse que se não fosse aquela irmã, ele não queria mais nenhuma. A matriarca apenas sorriu e lutou com ele. Ele não merecia nenhuma de suas irmãs. Ela o deixou incapacitado de procriar. E o mandou embora.
A matriarca decidiu que iria procriar com o macho recém chegado no bando. Após a expulsão do escolhido, o bando voltou ao normal, como era antes, e a matriarca ficou em sua posição durante muitos anos. E mesmo em seu leito de morte, aquela que deveria lhe substituir ainda teve muito trabalho para tirá-la do posto. Aquela suricato sempre seria a favorita. E ninguém seria tão forte quanto ela.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Postagens Aleatórias #60

[...]Eu me odiava.
Me odiava por ser incapaz de odiá-lo. Me odiava por ser incapaz de ignorá-lo ou de deixá-lo de lado da mesma forma que ele o fazia comigo. Porque eu tentava de todas as maneiras me afastar dele, mas parecia que eu era atraída. Atraída por seu cheiro, por seu olhar, por seu magnetismo particular. E aí eu voltava atrás, em minhas decisões, e deixava ele entrar de volta na minha vida, em meu coração, para bagunçar tudo o que eu tinha arrumado. Isso tudo porque eu era incapaz de ignorá-lo. Eu realmente me odiava. [...]

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Postagens Aleatórias #59

[...]Ela estava desistindo. Depois de tantos anos, ela estava desistindo dele. Eu via isso nos olhos dela. A melancolia, a tristeza, mais a determinação e o cansaço. Ela não queria mais aquela situação. Cansada dele não tendo tempo para ela, cansada de correr atrás sempre. Via a tristeza nos olhos dela ao receber tantos não’s por parte dele. E a melancolia referente a lembrança que ela tinha dos poucos momentos que os dois haviam passado juntos. Era fácil também observar a determinação nos olhos dela. A determinação de esquecê-lo, em achar alguém que aceitasse todo o carinho que ela tinha para dar. Então eu vi ela apenas rechaçar a negativa dele e transformar aquela negativa em última. Vi ela ir embora. E ser feliz. Com outro. E deixar aquele lá esperando para sempre que ela voltasse. Eu quase senti pena dele. Se aquela garota não fosse eu[...]

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Postagens Aleatórias #58

[...]Por favor, me beije.
Me beije lenta e delicadamente. Daquele jeito que só você sabe fazer. É, isso, bem lento. Enlouquecedoramente sexy, por favor. Quero aquele beijo que me faz suspirar de desejo por mais. Quero aquele beijo que você me dá no ápice da loucura, no auge do tesão. Quero aquele beijo apaixonado, misturado com lascívia e escorrendo desejo, mas que não deixe que eu me sinta menos amada por isso. Quero aquele beijo apaixonado que você me dá após o clímax, onde você me coloca no seu peito e dormimos juntos, abraçados um ao outro. Não quero mais nada, só que você me beije como se não houvesse amanhã. Aquele beijo que me faz sentir única mesmo que eu não seja. Porque eu sei que não sou a única, nem quero ser, porque um beijo não é uma promessa e o que eu quero é só isso mesmo: o beijo que você guarda só para mim. [...]

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Postagens Aleatórias #57

[...]Ah, aquilo era terrivelmente sexy.
Começava lento, bem devagar. Começava no quadril, movimentando ele para um lado e para o outro. Aí os braços ganhavam vida. Eles se enredavam em volta do corpo e davam movimentos mais majestosos para os quadris. Então, as pernas começavam seu movimento. Ritmado, lento, delicioso. E viciante. Então o conjunto todo estava desperto e o ritmo começava a aumentar. Os braços se agitavam mais rápido, as pernas se moviam com mais força e o quadril acompanhava todo o movimento. A graça, a sutileza e a sensualidade de uma dança. [...]

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Postagens Aleatórias #56

[...]Onde se ganha o pão não se come a carne.
Claro, e se eu for um padeiro que vende carnes também não posso me aproveitar do meu próprio negócio? Complicado isso. [...]

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Postagens Aleatórias #55

[...]É, eu te odeio mesmo.
Odeio a tua barba e a cor do teu cabelo. Odeio o cumprimento e o formato dele também. Odeio teu sorriso e a tua risada. Odeio o jeito que tu fala e odeio o quão relaxante tuas mãos podem ser. Odeio também o jeito que tu me olha e o jeito que tu me excita só com um olhar. E mais ainda: odeio teu beijo, teu toque e teu cheiro. Resumindo: odeio tudo em ti.
Só que não. [...]

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Postagens Aleatórias #54

[...] Sim eu estou te bloqueando da minha vida.
E estou também indo embora. Não fique surpreso. Eu funciono assim. Não, não é porque não nos falamos mais. Não, não é porque você fez algo errado. Não é por nenhum motivo parecido. É só que você não precisa mais de mim. Então não há porque eu permanecer aqui. Eu te ergui, te reconstruí e te deixei forte. Te fiz feliz também. E você já consegue se virar sem mim. Então meu trabalho aqui já está feito. Estou indo embora. Eu funciono assim: enquanto você precisar de mim, estarei aqui. Agora, quando você não precisar, estarei indo embora. Agora, se você voltar a precisar, eu sempre posso voltar. Não precisa agradecer. Até mais. [...]

domingo, 20 de outubro de 2013

Postagens Aleatórias #53

[...]"Olá, tudo bom? Eu gostaria de uma dose de você, de seu humor e de suas atitudes. Porção? Pra vida inteira por favor. E se não tiver, pelo máximo de tempo possível. Endereço? Minha casa, de preferência. Mas pode ser na sua se quiser. Tempero? Sexo e carinho, por favor. Forma de pagamento? A que você achar mais conveniente, sou toda sua. Troco? Não, não vai precisar, não quero dividir nada de você com ninguém" [...]

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Postagens Aleatórias #52

[...]Você não pode ser possessivo.
E é sério, não estou brincando. Você não pode. Porque se você quer ser possessivo comigo, para isso você tem de entrar no meu coração. E isso eu não estou disposta deixar. [...]

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Postagens Aleatórias #51

[...] Não, obrigado.
O que? Está me olhando desse jeito por que? Eu não estou brincando, essa é minha única resposta pra você hoje. Não, obrigado, e volte sempre. Parece grosso? Desculpa se minha sinceridade te incomoda, mas eu estou pouco me fodendo para você e o que você pensa. [...]

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Postagens Aleatórias #50

[...]Oi, eu gosto de você.
Só que eu não gosto de qualquer jeito. Eu gosto do meu jeito. E o meu jeito pode não ser o adequado e pode ser o mais maluco, mas é o jeito que eu sei de gostar. Sim, ele é meio distante, sem dar muita atenção e sendo bem prática mesmo. E ele também é desses que fica dias sem falar e que fica de saco cheio de vez em quando. Também é daquele que bloqueia o contato e bane da própria vida por um tempo. Mas também é aquele que olha as fotos e fica de cara consigo mesma por não estar falando com você. É daqueles que fica com ciúmes de qualquer amiga sua e que deseja matá-las das formas mais dolorosas possíveis. Também é daquele que se preocupa passivamente e que fica triste quando não recebe atenção. Sim, é maluco. Sim, é louco. Mas é o que eu sei lidar. Desculpe se isso não te agrada, mas é o melhor que posso e quero fazer com o que tenho. Porque eu não posso mais doar meu coração esperando que, não importa o que, a pessoa vá cuidar dele da mesma forma que eu cuido. Eu não posso mais doar meu coração. Nem que seja para você. Então por favor, aceite minha forma de gostar de você. Porque eu sinto sua falta e é uma droga isso. [...]

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Desconexo

Adoro estar conectada. É divertido acompanhar as pessoas e sua rotina, seus pensamentos, suas expectativas e realidade. Acho gostoso poder saber sobre as pessoas e ter o que conversar com elas previamente. Assim como gosto de saber que a pessoa viu uma publicação minha e veio conversar comigo sobre. Acho atencioso. Mas as vezes, gosto de sumir. Gosto de ficar incomunicável com o mundo externo e quentinha na minha solidão. Gosto de não ter aquele barulhinho de alguém falando comigo e poder curtir um pouco o sossego do silêncio. Gosto de ser anti-social de vez em quando e garantir minha individualidade única e indivisível. Gosto da idéia de que ninguém pode me achar e não vão me incomodar tão cedo. E assim, eu posso me dedicar a coisas que faz tempo que não me dedico, ou ver uma pessoa que faz tempo que não vejo, bem como posso refletir sobre coisas que faço, fiz ou pretendo fazer. Gosto das infinitas possibilidades que surgem quando eu não tenho toda essa conexão avantajada com tantas pessoas. Gosto de estar desconectada. Assim, posso aproveitar um pouquinho mais alguns aspectos da minha vida.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Postagens Aleatórias #49

[...]Eu queria nunca ter te conhecido.
Não, mentira. Na verdade, eu gostaria de nunca ter provado conviver com você. Porque é legal você conversar e ser amiga de uma pessoa virtualmente, sem ter contato com ela. Mas quando o contato vira real e o virtual passa a ser segundo plano, fica difícil não se afeiçoar a pessoa de alguma forma. E eu me afeiçoei a você demais. E agora que não passo mais tempo com você, não consigo te tirar da minha cabeça. Odeio isso. Não quero mais sentir falta da sua risada ou do seu sorriso. Não quero sentir falta do seu cheiro ou do seu toque. Na verdade, não quero mais nem ficar sonhando, acordada ou não, com você. Porque toda vez que eu acordo para a realidade, dói saber que você não está aqui. Queria não ter passado todos esses momentos que passamos juntos. Porque assim eu seria bem mais inocente quando se refere a falta que você faz na minha vida. [...]

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Postagens Aleatórias #48

[...]Essa é pra você que não valoriza a pessoa que cuida de você.
Você sabia que há uma pessoa que se importa muito com você? É menino, sabe aquela garota que te aconselha em relação a menina que você adora? Ela mesma, que pinta as unhas da sua cor favorita, cuida de te dar o melhor presente de aniversário ou de manter sua auto-estima alta. Aquela mesma garota que adora sair com você e não liga para suas piadas ruins e que acorda a qualquer hora pra te atender. Essa mesma, que adequa os próprios horários a você e cuida para estar sempre bem vestida quando sai com você. Essa garota que te ajuda a manter o ânimo quando a menina que você gosta te dá um fora ou que te ajuda a escolher um presente para quem quer que seja. Sabe essa garota? Para ela, você é o mundo. É tudo e nada ao mesmo tempo. Ela chora quando sabe que você vai sair com outra e morre por dentro quando te aconselha em relação a pessoa que você adora. Essa garota te ama, enquanto você é esnobado por uma patricinha qualquer. E por mais que ela te ame, ela tem medo de falar porque não quer perder sua presença por perto. E ela nunca vai falar o que sente, enquanto você vai continuar a falar sobre todas as outras garotas que te interessam. A pergunta é: o quanto essas outras garotas valem mais do que essa que te conhece como ninguém? O quão melhor essas garotas são perto dessa garota que dá tudo o que pode por um sorriso seu? O que essas garotas tem a mais que essa que te venera e faz tudo por você?
Por que não ela e sim as outras?
E isso é pra você também, garota boba que fica correndo atrás dos canalhas. Sabe aquele garoto pra quem você liga de madrugada chorando porque viu uma foto daquele carinha lá que você é interessada com outra? Aquele que você anda de mãos dadas e intitula melhor amigo mas que fica só no amigo. Aquele que te dá seu perfume favorito no seu aniversário ou que te leva para ver um filme idiota só para melhorar o seu humor. Ele mesmo que te ajuda naquela matéria difícil ou que dirige para sua casa no meio da noite porque você está com medo do escuro. Esse que vai até onde você estiver, onde quer que seja, só para te levar para casa porque você foi abandonada pelo carinha que você gosta. Para esse garoto, você é a mulher da vida dele. Como todos os defeitos, humores e aparências que você tiver. Porque para ele você sempre será linda, bem humorada e perfeita. Porque mesmo seu menor defeito (aquela pintinha que você insiste em esconder) ele ama e acha que é algo que completa você. Ele te aceita. E você sabe o quanto isso é difícil? Por que você não pode olhar para esse que te trata como uma pessoa que merece ser valorizada? Por que ele não pode ser seu príncipe encantado montado em um corcel branco? Por que esse cara que está ali para o que der e vier não pode ser sua próxima próspera paixão?
Pense nisso: por que não aquela pessoa que sempre está ao seu lado para o que der e vier e sim sempre aquela que te machuca? Olhe para os lados. Ás vezes, tudo o que você precisa está ao seu alcance. [...]

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Postagens Aleatórias #47

[...]Então eu decidi não me importar mais.
Que se fodesse minhas saudades, ou minhas vontades de você. Que fosse para o espaço minha vontade de te beijar ou minha vontade de te ver. Que fossem varridas minha vontade de falar com você e de gastar muito tempo conversando nada. É, que se fodesse tudo isso. Eu estava simplesmente cansada de procurar sua atenção, enquanto obviamente você tem coisas melhores para fazer. Cansei de sua atitude e de sua displicência. Até qualquer hora dessas que nossos caminhos resolvam se cruzar novamente. Para que você me veja caminhar em direção ao pôr do sol sem você ao meu lado. [...]

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Postagens Aleatórias #46

[...]Esse é mais um texto que faço pensando em você. Em você e em nossa relação conturbada, cheia de entretantos e poréns que qualquer outra pessoa teria enlouquecido e desistido de tudo isso. Um ama o sorriso do outro, embora odeie o seu próprio. Vivemos longe um do outro, por nosso poder destrutivo quando juntos. Odiamos um ao outro, você por ser mais emocional que eu, eu por ser mais prática que você. Não falo que te amo porque não sou dada a essas coisas, mas você sabe o que meu olhar significa. Você não fala nada porque não leva jeito para isso, e eu sei ler nas entrelinhas o que você quer dizer. Vivo escrevendo coisas e lembrando da gente, porque cada momento é especial, é nosso. E sei que você não gosta de fazer o mesmo porque odeia a dor da nossa separação. Vivemos nessa dificuldade. Eu temo que você ache outra pessoa que lhe supra o que eu não posso, e eu fique esperando novamente por você. Você teme que eu esqueça de você, e te abandone. Mas ambos sabemos que nossos medos são irracionais. Que quando nos virmos, não vai haver ninguém para impedir de ficarmos juntos. Que seja uma tarde, mas ficaremos juntos. Para que quando estivermos separados, aquele gosto de saudade que sempre acontece nas despedidas nos impulsione a ficar juntos o mais rápido possível. E se possível, por mais tempo que a vez anterior. Só peço que espere por mim. E eu farei com que todos os nossos poréns e entretantos valham a pena.[...]

domingo, 8 de setembro de 2013

Tenshi

Ela olhou para a janela do seu quarto entendiada. E triste. Muito triste. Ele não estava ali, como ela sabia que aconteceria. Mas saber do fato não mudava a dor que ele acarretava. Ela simplesmente queria sumir, desaparecer da face da terra para que aquela dor parasse de dragá-la para o fundo do poço. Colocou os fones de ouvido de volta e tornou a olhar a mensagem no celular.
"Não vou poder ir para te ver. Desculpe"
Desculpe.
Como se aquilo fosse uma explicação para sanar a dor que sentia. Fechou os olhos, sentindo-os ficarem úmidos, e aumentou o som. Precisava que sua cabeça ficasse vazia de todo e qualquer pensamento possível, para ver se a dor passava. Torcia para que a música pudesse dragá-la para um universo insípido, onde não haveria dor.
Três horas de rock intenso depois, ela sentiu o celular vibrar. Um nova mensagem.
"Não pude ir, mas pedi para um amigo meu te levar algo. Vá atendê-lo, está aí na frente"
Ela fez uma careta. Seria mais uma coisa para ela ficar encarando até cansar e chorando abraçada de saudade. Isso a irritava, mas ao mesmo tempo lhe deixa curiosa em relação ao que poderia ser. Arrumou a blusa no corpo e colocou pantufas. Saiu do quarto e andou até a porta do apartamento. Desceu as escadas do prédio quase se arrastando, apesar de querer o que quer que fosse que ele tinha lhe mandado, não era ele, ainda assim. Ele era  única coisa que ela queria.
Quando abriu a porta da frente, ela quase deixou a as lágrimas virem.
- Hey.
Ele estava ali.
- Você disse que...
Ele sorriu largamente e se aproximou, as mãos nos bolsos e atitude relaxada, como se não fosse grande coisa.
- Eu disse que não ia vir para te ver. Não disse nada sobre vir para ficar com você. - Ele se aproximou dela com um sorriso presunçoso nos lábios e a abraçou - Desculpe a demora. Tadaima, watashi no shugo tenshi
Com todo cuidado, ele beijou-lhe a testa com carinho. Ela sorriu entre o choro e segurou-lhe o rosto, ainda dentro do abraço.
- Watashi no tenshi okaerinasai. - ela falou em resposta, erguendo-se na ponta dos pés para ficar de igual altura com ele.
Olhou-o nos olhos com carinho e beijou-lhe os lábios suavemente, sentindo seu coração parar de doer. Ele estava ali. E ela não tinha mais nada para chorar.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Postagens Aleatórias #45

[...] Eles não se amavam. Ninguém sabia e ninguém acreditaria se contassem o contrário. Mas algo os unia, apesar de não conseguirem ficar juntos. Simples. Complexo. Quase impossível. Mas algo deles. Ele continuava vivendo sua vidinha idealizada e ela continuava idealizando sua vidinha. Alguns iriam dizer que essa era a vida deles. Outros diriam que eles deveriam ter mais. Eles preferiam apenas aproveitar o que tinham. Se fossem apenas palavras jogadas ao vento para que o vento transportasse as palavras que ficavam presas na distância entre os dois. Se fossem olhares trocados a distância, tímidos e saudosos, para que não se perdessem um do outro. Se fosse um abraço apertado, onde um implora para o outro que não deixe ir embora. Se fossem apenas palavras não ditas, onde olhares deveriam demonstrar tudo. Então que assim fosse. Por que no final, ela queria ele, e não havia dúvidas disso. E ele, bem, ele estava com ela, não? Então todas as noites ela pensa nele, e sonha em tê-lo em seus braços, para sempre. E todas as manhãs ele pensa nela, olhando para a mensagem que ela sempre lhe manda antes de dormir. E assim vão vivendo até quando a vontade de estar com o outro for maior do que tudo e um deles resolva fazer uma loucura. Como ela, aparecendo na porta da casa dele, de madrugada, sob a chuva, apenas para lhe roubar um abraço. Ou como ele, aparecendo de  surpresa em um fim de semana qualquer para visitá-la e roubá-la só para ele por alguns momentos. Eles sempre terão dentro de cada um algum pedaço do outro. E mesmo sorrindo por ai, cada um sabe a falta que o outro faz. Eles vivem nesse encontro e desencontro amoroso, que vira um caso e acaso da vida com o tempo. E imaginam os abraços, as noites com dores nas costas esquecidas pelo primeiro sorriso do outro. No momento certo, eles vão ficar juntos. E dessa vez, será para sempre.[...]

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Postagens Aleatórias #44

[...]Ela não chorou.
Mas ela quis. Ela chegou bem pertinho. A lágrima já estava para escorrer pelas bochechas. Mas ela não deixou. Pelo contrário, ela respirou bem fundo e engoliu todo o choro. Aquela sensação de desespero e de derrota ela simplesmente fez passarem pela garganta. Ela engoliu e sentiu dor ao deixar aquilo passar sem se expressar. Mas ela manteve sua pose vitoriosa. Ela não deixou o medo, o desespero, o cansaço ou mesmo a dor ou a solidão vencerem a esse ponto. Ela decidiu ser forte e endurecer seu coração de pedra mais um pouco. Ela matou sua criança interna mais uma vez. Mas ela não deixou nada escapar. Ela queria poder se expressar, certamente ela queria. Mas ela não o fez.[...]

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Postagens Aleatórias #43

[...]Ela estava rastejando de cansaço.
Cansada e com a alma comida pelo stress e pela exaustão. Só queria se acalmar em casa ver o sorriso mais belo do mundo e simplesmente morrer pelo resto do dia.
Mas não foi assim que aconteceu.
Ela chegou em casa e não viu o sorriso. Ela viu seu desespero. Seu motivo de sorrir não estava ali. Sua casa estava vazia. Assim como seu coração. [...]

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Postagens Aleatórias #42

[...]Sabe de uma coisa? Cansei.
É, cansei mesmo. Cansei de você e de seus problemas. Cansei de tudo que envolve você e suas loucuras. Cansei de seus amigos, de suas atividades e de sua falta. Cansei mesmo. Sério. Eu não tenho tempo para lidar com você e seus problemas ou com os problemas que você me ocasiona (porque acredite, eles são muitos). Não quero mais discussões, conversas bobas ou rearranjos entre a gente. Estou cansada de toda essa encheção de saco e dessa loucura aleatória que nos rodeia. Não quero mais. Mesmo.
Assinado, vida [...]

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Postagens Aleatórias #41

[...] Observou os olhos entrarem em pânico e sons engasgados saírem da garganta. Sorriu maquiavelicamente e limpou a faca que usara, não gostava de deixar seu utensílio preferido de prata sujo. Continuou a observar a morte lenta e agoniante de uma pessoa que se afogava em seu próprio sangue. [...]

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Postagens Aleatórias #40

[...]E ai eu senti vontade de chorar novamente.
Eu queria fugir e me esconder, longe de tudo e de todos. Estavam me acusando e me magoando por coisas que eu não tinha feito e agiam como se eu tivesse. Eu queria segurança. Só que eu não encontraria ali. Então eu corri o mais longe que eu pude e me escondi no canto mais escondido. Ali, deixei meu choro vir a tona e deixei mais uma vez uma parte de mim morrer. Toda vez que aquele tipo de coisa acontecia, mais aquela pessoa amável que eu fora morria e mais aquela pessoa fria e dura ficava. Minha personalidade estava mudando. E minha criança interna chorava pedindo ajuda. [...]

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Postagens Aleatórias #39

[...] Eu sorri verdadeiramente, apesar de sentir um certo pesar por ir embora novamente. Queria pegar-lhe a mão entre as minhas e carinhosamente mostrar que eu ficaria por perto. Para sempre dessa vez. Queria beijar-lhe dedo por dedo, demonstrando minha amabilidade. Queria assegurar-lhe compreensão e segurança apenas com um olhar. Queria me aproximar dele, dizer um "Vai dar tudo certo" e "Eu estou aqui" e beijar-lhe os lábios da forma terna e apaixonada que só eu poderia fazer.  Mas eu não podia fazer nada disso. Então me contentei,  muito a contra-gosto, em apenas beijar-lhe ternamente o rosto (propositadamente quase no canto dos lábios) e dizer um "Venha me visitar. Sinto sua falta" e ir embora. [...]

sábado, 10 de agosto de 2013

Postagens Aleatórias #38

[...]Eu gostava de sua presença. Ao ponto de sentir terrivelmente sua falta. Gostava do seu riso sutil e de suas covinhas bonitas. Adorava seu cabelo desorganizado e de seus vícios de linguagem. Gostava inclusive de seus dramas. Ele me cativava completamente, e nem sabia disso. Embora algumas vezes eu sentisse que seu olhar pedia por algo mais. E na hora de ir embora, eu me sentia relutante, não queria deixá-lo. Mas eu nunca sabia se ele deixaria eu me aproximar, ou se as coisas iam ficar do jeito que estavam. Por isso eu ia embora com um beijo em seu rosto ao invés de um beijo na boca que eu bem queria. Fico imaginando se algum dia você vai me pedir para ficar e matar toda essa minha necessidade de você. [...]

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Postagens Aleatórias #37

[...] De vez em quando eu só queria seu sorriso.
Só isso mesmo. Belo e terno. Perfeito e alinhado. Queria seu suspiro suave e ronronante de satisfação. Queria seu ressonar leve e sutil de felicidade. E eu queria isso perto do meu ouvido, quando estivéssemos deitados juntos e abraçados na minha cama, nos aquecendo em minhas cobertas daquele mundo gelado e terrível que assolava corações solitários lá fora. [...]

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Postagens Aleatórias #36

[...]Era uma vez um jardim.
Não era um jardim qualquer. Era o jardim que possuía a flor mais linda do mundo nele. Essa flor se destacava e era amiga de todos, possuía as pétalas mais belas e o perfume mais perfeito do mundo. Era por ela estar ali que um bando de borboletas vivia naquele jardim. A flor era a melhor amiga da borboleta mais independente do grupo de borboletas. Elas compartilhavam luz, alimento e chuva. Eram inseparáveis. O problema é que um dia, a borboleta resolveu que queria conhecer outros lugares. E decidiu ir embora.
A flor ficou lá, olhando para o nada enquanto a borboleta ia embora, triste por perder a amiga. Ao perceber isso, sua mãe mãe consolou-lhe as pétalas e falou
"Isso não é um adeus. É um até amanhã. As borboletas são livres para ir onde quiserem. E nós somos seus pontos de apoio. Para onde elas sempre vão voltar. Onde quer que sua amiga esteja, ela vai voltar. Porque ela tem um bom motivo para isso querida".
E pensando dessa forma, a flor voltou a exibir sua beleza, a espera da sua borboleta amiga, que sempre voltava para visitá-la e compartilhar suas histórias maravilhosas.
Fim. [...]

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Postagens Aleatórias #35

[...]Então a Chapeuzinho Vermelho espalitou os dentes e fez uma cara de nojo. Ao matar o lobo, o fizera sofrer, a carne estava ruim, dura. Deveria ter abatido com mais sutileza. Ao menos, seu objetivo havia sido atingido. [...]

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Postagens Aleatórias #34

[...]Era dolorosamente meticuloso, e miraculosamente ignorante. Doía de uma forma bruta e extenuante. A forma que ela lidava com aquela dor era simplesmente sorrir. Mas por dentro, os cacos da pessoa que era ficavam cada vez mais estilhaçados e perfurantes. Matavam sua alma e envenenavam sua mente. Com o tempo ela passaria a não sorrir e seus sentimentos se extenuariam de forma grotesca. Ninguém percebia que aquelas atitudes matavam-na por dentro.[...]

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Postagens Aleatórias #33

[...]"Louca, completamente louca. Piradinha, lelé da cuca" Eram as palavras da Lebre de Março.
O mundo a volta deles ruía, mas ninguém poderia fazer nada. A única pessoa que poderia estava ali, amarrada a frente deles, inutilizada pelos acontecimentos recentes.
"Desde a morte do Chapeleiro, ela está nesse estado. Não há muito o que fazer" Falava o semi-adormecido Arganaz, no ombro na Lebre.
A criatura presa em frente a eles se remexia e as únicas palavras que se ouviam (e entendiam) eram "Se o Chapeleiro estivesse aqui... Ah se estivesse... Mas ele logo vai chegar. Ah se vai" e por aí iam suas divagações.
Alice Liddel, A Alice, estava louca. Tinha enlouquecido após a morte de seu companheiro, o Chapeleiro. O País das Maravilhas nunca mais seria o mesmo. Estava em ruínas, e a heroína destroçada por uma batalha que não era sua.[...]

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Postagens Aleatórias #32

[...]Estávamos a caminho da minha casa, rindo e brincando. Eu gostava disso. Da forma como o sorriso dele fazia meu coração dar saltos e de como eu gostava de importuná-lo e ser implicante com ele. Só que eu sabia que ele não encarava as coisas como eu. Eu deveria ser sua irmãzinha, sua melhor amiga, algo assim. Nunca seria o que eu de fato queria há muito tempo. Nós paramos em frente ao meu portão com sorrisos no rosto e uma cumplicidade que me deixava eufórica. Eu viro para ele com um sorriso no rosto, pronta para me despedir quando a idéia surge. Eu não sabia se ia acabar fodendo com tudo ou deixando algo um pouco mais claro. Sei que a possibilidade das coisas serem do jeito que eu queria era mínima, por isso nem sonhar eu me permitia. Mas mesmo sabendo de tudo isso, resolvi tentar.
"Hey, pode fechar os olhos para mim? Quero lhe dar algo"
Ele olhou para mim desconfiado. Era natural essa nossa reação um com o outro. A cretinice e canalhice que havia entre nós era algo que nos levava a pensar duas vezes antes de confiar, em certas situações, um no outro.
"Por favor" continuo "Prometo que não vou fazer nada de ruim." quando percebi que ele ia acatar meu pedido, acrescentei "Por favor, não espie"
Ele fez o que pedi.
Coloquei seu rosto entre minhas mãos, passando meus polegares por suas bochechas macias e que eu amava apertar. Ele era o auge da fofura e tive que segurar um suspiro ao constatar isso. Ele era muito, e eu gostava tanto disso que conseguia ignorar seus ataques dramáticos. "Não se mecha" falei, enquanto aproximava meu rosto do dele devagar. Eu tinha medo do que eu estava fazendo, mas ao mesmo tempo, me sentia eufórica e corajosa pela tentativa. Ela valeria a pena. Encostei de leve meus lábios nos dele, devagar e segurando a respiração. Meu coração chegou a falhar uma batida. Eu quase não acreditava. Colei nossos lábios um pouco mais, só uma pressão a mais, para que minha memória se lembrasse. E me afastei.
"Pode abrir agora"
Eu desviei o olhar do dele e falei sem olhá-lo "Não sei se você sabe, mas sou apaixonada por você há anos. Não me importo de ser só sua amiga, mas eu precisava tentar. Não ia conseguir conviver comigo mesma se eu não tentasse". Eu levantei os olhos e fitei os dele com carinho "Obrigada por me deixar fazer isso"
E antes que ele respondesse algo, eu entrei pelo meu portão e sumi dentro do meu prédio. [...]

Postagens Aleatórias #31

[...]A vovozinha perguntou para a Chapeuzinho Vermelho:
"Está maravilhoso querida. Você não me disse qual o ingrediente principal do ensopado"
A mais nova deu de ombros:
"Ah vovó, é ensopado de lobo"[...]

domingo, 7 de julho de 2013

sábado, 6 de julho de 2013

Postagens Aleatórias #29

[...]E ela achava adorável ler coisas daquele tipo.
Porque ela era meio turrona e difícil de lidar. Não era fofa nem gentil. Era grossa e meio masculinizada. Mas se derretia como manteiga quente ao ler um romance, com amores proibidos, onde o anti-herói (que na verdade é o herói de verdade) fica com a mocinha e eles vivem um "felizes por enquanto" porque ela não acredita no "felizes para sempre".[...]

terça-feira, 2 de julho de 2013

Postagens Aleatórias #28

[...] Ela era como uma fênix.
Ela vivia em um ciclo de renascer e morrer, renascer e morrer. Cada ciclo durava um pouco mais que o anterior, para provar que ela havia aprendido alguma coisa. Quando ela renascia, dava seus primeiros passos para o futuro de forma incerta, sem saber que caminho seguir. Com o tempo, ela se tornava uma linda ave, com plumas lindas e brilhantes, que cegavam pessoas invejosas com sua beleza. E então, quando as coisas começavam a dar errado, ela ia definhando devagar, mas lutando para que não acontecesse, até que aquela etapa ruim morresse e ela pudesse renascer de novo, para uma nova experiência. [...]

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Postagens Aleatórias #27

[...]Você lembra?
Lembra de quando conversávamos? De quando trocávamos sorrisos tímidos e piscadelas marotas? Lembra disso? E de quando trocávamos mensagens, a qualquer distância, em qualquer horário, principalmente tarde da noite? Lembra de nossas trocas de indiretas que eram desconcertantemente diretas, mas que fingíamos não notar completamente? Você se lembra de ter me mandado mensagem, completamente fora de  si, apenas por que estava louco e me queria por perto? Você se lembra disso? Porque toda noite, antes de dormir, o que eu mais quero é esquecer tudo isso. E sabe o pior? Eu não consigo.[...]

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Postagens Aleatórias #26

[...]Eu gostava de ficar abraçada a ele, sobre a cama, descansando. Nossos corpos juntos, aquecidos, grudados um no outro e aquele braço em volta da minha cintura tocando a pele e sua respiração se acalmando em meus cabelos. Gostava de me apoiar em apenas um braço e ver seu sorriso de criança que recebeu presente de Natal mais cedo. Gostava do jeito que ele me olhava, como se eu fosse a coisa mais preciosa no mundo. E gostava, principalmente, de quando ele colocava a mão na minha nuca e me puxava para um beijo gostoso e de tirar o fôlego. [...]

terça-feira, 25 de junho de 2013

Postagens Aleatórias #25

[...] Não, simples assim.
Eu disse não diversas vezes. Eu neguei veemente e simplesmente me recusei. Só que não era o que parecia nem o que contava. Havia só um não bem grande e em letras garrafais da minha parte e mais nada. Eu não entendia bem como meu não havia mudado sem meu consentimento. Mas era um não. E todos deveriam saber dele. [...]

domingo, 23 de junho de 2013

Ter o que quer

- Você sabe que ainda tem chances com ela, não é? - Heather apenas virou a cabeça para ver seu melhor amigo, Bill, se sentar ao seu lado. Ele o questionou com o olhar, confuso sobre o que ele falava, e ele apenas maneou a cabeça em direção a ela.
Heather balançou a cabeça em resposta, negando a pergunta.
- Não, eu não tenho - Deixou o rosto ficar apoiado sobre a mão esquerda e fez uma careta - Ainda mais depois do que eu fiz.
Bill apenas observou o olhar do outro vaguear por ela, há algumas mesas de distância, por um momento antes de dar um soco de leve no braço do loiro, chamando sua atenção.
- Também sou amigo dela. E posso afirmar que não é assim. - O sorriso que Bill começou a dar morreu em seus lábios ao ver a reação do amigo. A face dele murchou de leve, em desagrado. Bill resolveu olhar para onde o amigo também olhava, a garota em questão: Alexys.
O rosto do moreno também se contorceu.
- Não entendo porque ela ainda deixa aquele babaca por perto - Falou Bill, irritado, olhando para o babaca:  o ex de sua amiga. Eles estavam conversando na mesa dela, e ela sorria de forma gentil, mas não adorável, como sempre. Ela parecia apenas estar sendo educada.
- Bem, talvez por que ela o ame. - Heather olhou para a própria comida por um instante, perdendo a fome. A cena nojenta de ver aquela garota com aquele babaca lhe enojava.
Bill torceu a expressão e negou com a cabeça.
- Sei como a Ally funciona. Se ela não pode ter o que quer, ela aceita o que lhe está disponível - Heather levantou os olhos para Bill surpreso com a expressão severa e direta que ele carregava no semblante. Heather conhecia aquela expressão bem demais para saber o que seu melhor amigo estava falando. Levou os olhos até Alexy a tempo de esbarrar com o olhar dela olhando-o diretamente. Por um segundo eles deixaram seus olhares se encontrar. Mas logo depois, ela desviou, embaraçada, e saiu da mesa.
Heather ficou olhando ela sair do lugar.
******************
Alexys caminhava irritada pelos corredores, sem nem olhar onde estava andando. Brian, seu ex-namorado, andava na sua cola, tentando voltar e afastando todos da sua volta. Isso incomodava e muito a morena. Era bem sabido que os amigos de Alexys não gostavam do babaca que ela costumava namorar. E o idiota não fazia questão alguma de esconder que a recíproca era verdadeira.
O pior fora ele dizer que ela não precisava de amigos "inúteis e idiotas" como aqueles. Alexys só não batera nele porque era educada. E não queria arriscar uma advertência por agressão.
Só foi se dar conta do que acontecia a sua volta quando sentiu algo quente e firme bater contra si. Ficou confusa por um momento, sem saber o que aconteceu, até que entendeu: esbarrara em alguém.
- Sinto muito - Falou embaraçada por sua atitude. Não estava olhando, quanta irresponsabilidade!
- Sem problemas, Alexys.
A voz era familiar, e por um segundo, Alexys tremeu internamente. Rezando para todos os deuses que conhecia, torceu para estar errada. Encontrou um par de olhos azuis fitando os seus. Sentiu seu rosto esquentar. Conhecia aqueles olhos. Eram bastante familiares. E conhecidos, muito conhecidos. Tinha algumas lembranças que andavam lhe atormentando ultimamente com aqueles olhos.
- Ah, Heather. Sinto muito mesmo. Eu não estava olhando mesmo. - Falou sem graça, tentando apagar da sua mente as imagens que começavam a vir, sem sua permissão.
- Como eu disse, sem problemas Alexys... - Heather falou divertido, com um sorriso de canto. Começou a se mover para se afastar, mas Alexys puxou seu braço antes que se movesse muito.
- É Ally - Ela falou sem olhá-lo, ainda embaraçada demais para olhar em seus olhos.
- Só se for Heath - Ele continuou, se voltando para ela, mas sem enxergar seus olhos.
Ela sorriu. Mexeu nervosamente nos cabelos e levantou os olhos um pouco para ele.
- Heath.
Ele sorriu.
- Ally.
Ela se sentiu mais confiante e abriu um sorriso nervoso. Heather devolveu o toque levemente e perguntou:
- Você me parece aborrecida. Está tudo bem?
Os olhos de Alexys refletiram sua raiva.
- Apenas um babaca me incomodando.
Heather sorriu.
- Posso então tentar desfazer essa ruga na sua testa?
A resposta dela fez ele ganhar o dia: o sorriso mais lindo que já havia visto.
******************
Eles estavam caminhando pela rua em silêncio, tomando seus milkshakes, e olhando o por do sol. Alexy estavam ainda com o pensamento perdido nas suas imagens mentais, enquanto Heather olhava para o nada, nervoso, sem saber o que dizer. Caminhavam a esmo, apenas acompanhando um o ritmo do outro.
Alexys parou por um segundo, o rosto voltado para o chão e os olhos fechados.
- Heath .. - Ela chamou baixinho. O garoto parou e olhou para trás, surpreso e confuso, sem conseguir ver nem desvendar a expressão da morena.
- Ally? - Perguntou em resposta.
Alexys mordeu o lábio inferior.
- Por que não posso ter o que eu quero? - Ela falou ainda sem olhá-lo, sem mostrar direito sua expressão. Apenas ali, parada e quieta.
Heather suspirou e passou a mão pelos cabelos, sem saber o que fazer. Deu um passo em direção a Alexys e pensou no que falar.
- Bem.. As vezes, o que você quer não sabe disso. - Ele falou hesitante. 
Alexys fungou.
- Então... Se eu resolver falar, eu posso ter o que eu quero? - A voz dela vacilou, e a dele também. Ele avançou mais um passo. Estava de frente para ela e ela não lhe olhava nunca.
- Eu acho que sim. - O tom dele saiu um pouco amargurado. Ele sabia o que ela queria: Brian. E ele não poderia aturar aquilo.
- Então eu quero você, Heath - Alexys levantou o olhar para Heather a tempo de ver sua expressão surpresa. As palavras foram desnecessárias para ele. Ele também a queria.
O beijo foi o rumo natural para eles. Eles agora tinham exatamente aquilo que queriam.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Postagens Aleatórias #24

[...] E eu só não ri porque ia perder o amigo.
Fiquei pensando comigo se aquilo que eu havia ouvido era sério e tive que me segurar para não cair da cadeira de tão engraçado que aquilo foi para mim. Replay, era essa a palavra que se repetia na minha cabeça. E também hipócrita e mentiroso. Além de avareza, é claro. Porque claramente aquilo era uma afronta bastante sutil contra aquilo que eu fizera mais cedo além de uma demonstração clara de que estava se importando com o que eu fazia, quando claramente não fazia questão alguma de cuidar aquilo que eu oferecia. Mas ao invés de falar alguma coisa ou rir até chorar de dor nas costelas eu apenas ignorei e mostrei que estava pouco me fodendo. Afrontas eram bem-vindas. Quando feitas corretamente. [...]

sábado, 15 de junho de 2013

Postagens Aleatórias #23

[...]A vontade era inegável. A força também.
Ela era daquele jeito meio duro meio forte meio intenso. Ela era um pouco de tudo mas sendo apenas ela mesma. Era difícil achar um jeito de entender como ela funcionava. Mas ela era tão devota e tão amorosa de forma aleatória que não parecia real. E espontaneidade dela era tão característica e forte que impressionava. Se ela sentia vontade de chorar mas não queria, ela ia chorar igual, não importa a vontade dela. Se ela queria abraçar o menino que adorava, ela daria um jeito de fazê-lo. Se desse vontade de roubar um beijo do garoto que ela era apaixonada, ela roubaria do jeito mais inocente possível. Se ela queria chamar a atenção do rapaz que ela cuidava ela simplesmente atrapalhava gentilmente o que ele estivesse fazendo e lhe daria um beijo na bochecha com isso. Se ela queria ver alguém feliz, ela simplesmente faria essa pessoa feliz. E ela faria tudo isso num impulso. E quando o impulso passasse, ela sorriria e iria embora. Pois ela era assim, aleatoriamente espontânea. E o cara que conseguisse ter toda essa espontaneidade dela só para si, seria a pessoa mais adorada do mundo. Pois quando ela amava, ela não media esforços para fazer tudo o que queria com a pessoa que mais queria no mundo.[...]

domingo, 9 de junho de 2013

Postagens Aleatórias #22

[...]A forma que ele me encarava e o jeito que ele se comportava comigo me deixavam boba.
Eram sorrisos e frases, olhares e toques que me fascinavam e me prendiam. Eu gostava tanto da forma que ele costumava me acompanhar e gostava mais ainda das nossas conversas e flertes desenfreados e da forma gentil que me tratava. Gostava de sua malícia leve e da maldade sutil que exalava algumas vezes. E da forma fofa que trocava mensagens comigo não importa que horas fossem. Eu gostava disso. Pena que ele não fazia mais nada assim. [...]

terça-feira, 4 de junho de 2013

Postagens Aleatórias #21

[...] Sofro de falta de romantismo crônico.
É sério, não estou brincando. Eu não sei ser romântica. Quando uma pessoa fala "Estou pensando em você" eu penso em algo como "Olha, uma borboleta!" ou "Hun, o que vou almoçar hoje?". Sou prática, não tenho paciência e sou desligada. Não sei lidar com dramas ou atitudes pegajosas. Na verdade as repugno. Atos fofos às vezes passam despercebidos por mim e qualquer coisa me chama a atenção com facilidade. E não sou dada a atos românticos. Mas faço uso de atos aleatórios. Quando você estiver distraído, vou achar divertido te dar um beijo. Ou quando eu me sentir sozinha, vou apertar sua mão. Vou gostar de te deixar desconcertado com meu jogo de palavras bonitas e cheias de significados escondidos e sinceros. E vou apreciar tirar sua concentração com uma provocação sutil. É assim que sou. Não preciso ser romântica para demonstrar que me importo. Só preciso ser eu mesma, sem romantismo, sem palavras desnecessárias e o mais importante: com a minha forma de demonstrar o que sinto. [...]

sábado, 25 de maio de 2013

Postagens Aleatórias #20

[...]Posso te beijar?
É sério. Só um pouco. Ou muito. O quanto eu necessitar. E o quanto você quiser. Só um beijo. Ou vários. Não sei, só deixa eu te beijar. Deixa eu sentir seu hálito próximo ao meu, seus lábios colados nos meus e a tua língua brincando com a minha. Deixa eu ter esse toque seu. Não quero romantismo nem nada. Só quero beijos. Sem promessas, sem laços e sem pretensões. Bem despretensioso mesmo. Só alguns beijos. Pra matar essa minha vontade de sentir o teu gosto na minha boca. [...]

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Postagens Aleatórias #19

[...]Vem dormir comigo?
É sério, é só por uma noite. Ou duas. Ou três. Ou a semana inteira. O resto do mês. O ano. Pelo resto da minha vida. É bem pouquinho, pouco mais de oito horas. Eu, você e minhas cobertas. Prometo não ocupar muito espaço nem lhe incomodar enquanto dormir. Só me faça essa companhia. Durma comigo essa noite. E mais algumas outras é claro. Nem é tão difícil. É só ficar ali, parado, aproveitando o meu calor e dormindo junto comigo. Talvez me abraçando. Ou eu fazendo isso com você. Mas durma comigo. Só quero a companhia. E ela tem que ser a sua. [...]

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Postagem Aleatória #18

[...]Ela parecia esculpir algo.
Podia ser uma idéia, um pensamento ou até algo mais físico. Mas sua concentração não deixava restar uma dúvida sequer de que ela esculpia algo. Nem sua expressão facial traia essa idéia. Ela se mostrava extremamente focada naquela atividade e o que quer que fosse, parecia tomar-lhe tempo e paixão. É, só podia ser paixão aquilo que reluzia em seus olhos pois não havia outra explicação para tanto foco em uma única coisa. Fiquei ali a observar, como mera espectadora, o que ela podia fazer. Fiquei surpresa quando ela me mostrou seu trabalho pronto e disse, com orgulho, que era o trabalho de sua vida. E me emocionei quando constatei o que era. Para substituir aquele que estava completamente danificado pelo mau uso de terceiros, e sem chance de reparação, ela me esculpiu um novo coração. [...]

Postagem Aleatória #17

[...] Não era uma situação peculiar.
Ao me deparar com um problemas daquela complexidade, pus minha mente a raciocinar da forma mais rápida que ela pudesse. "Como resolver?" pensava comigo mesma, procurando ângulos de projeção mental para achar a solução em tempo hábil que fosse mais adequado para aquele caso em particular. Não havia uma solução genérica. Eu teria que improvisar. E conforme meu improviso ia se soltando, minha escrita ia acompanhando para dar forma a mais uma possível resposta para o grupo de possíveis soluções que compunha aquele problema de categoria insolúvel. Eu formulava um algoritmo do amor. [...]

Postagem Aleatória #16

[...] Eu desaprovava aquele tipo de atitude.
Parecia aleatória e interesseira e aquilo me irritava muito. Eu não conseguia compreender o que levava a pessoa a reagir daquela maneira. Era o ato de ignorar extremamente gratuito. E contra uma pessoa que não merecia aquele tratamento. Era desnecessário, revoltante e diminuto. E o que mais me irritava é que ela olhava para ele pedindo por atenção, implorando com palavras mudas e olhares esperançosos por um minimo de apreço. E a resposta dele era a distância e a ignorância. O completo descaso para com a existência dela. E eu ficava ali, sem ter o que fazer. É difícil saber o que  fazer quando o "ela" sou eu. [...]

terça-feira, 14 de maio de 2013

Postagens Aleatórias #15

[...]De todas as coisas que eu poderia ter, ninguém me deu a que eu mais precisava.
Eu recebi vários sorrisos de felicitação. E muitas felicitações orgulhosas pela conquista alcançada. Recebi vários olhares de aprovação e ovações sem fim muitas pessoas a minha volta. Foram tapinhas nas costas, sorrisos motivadores e palavras encorajadoras e sinceras. Houveram aqueles olhares desviados e alguns sorrisos invejosos. Mas isso era normal. Mas não houve aquele beijo suave na testa de orgulho recebido da minha mãe ou a brincadeira infantil recebida do meu pai com aquele orgulho familiar. E entre tudo aquilo que eu sentia falta, eu não recebi a que mais queria. Aquele abraço acolhedor e apertado, que faz você sumir dentro dele e se sentir protegido. Não havia aquela proteção que me fazia esquecer a saudade de casa. E era apenas isso que eu precisava. [...]

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Postagens Aleatórias #14

[...]Aí eu olhava para ele e seu perfil.
E descobria que adorava seu cabelo e achava adorável seu sorriso. E lembrava do quanto seu toque era agradável e do quanto eu gostava de quando entrávamos no mais ínfimo contato. Eu gostava do jeito que ele costumava me abraçar e de como eu me sentia protegida em seus braços. De como seu perfume me agradava e de como ficava feliz ao senti-lo perto de mim. Eu gostava de muitas coisas nele. E isso me encantava. [...]

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Postagens Aleatórias #13

[...]Eu achava engraçado a forma que isso me afetava.
Eram idas e vindas, inícios e términos, chegadas e partidas. Nem tudo parecia certo e eu sabia que não era certo, mas eu era obrigada a aceitar porque minhas mãos estavam atadas e não havia nada que eu pudesse fazer. Isso afetava meu humor. Aí eu ficava aborrecida, com a cara amarrada e louca por uma briga. Mas eu não podia sair fazendo o que eu bem quisesse. Eu era uma pessoa responsável e direita e não poderia simplesmente perder a compostura, jogar tudo pro alto e correr atrás desses prejuízos. Eu só poderia sorrir para as situações e lidar com o que desse. [...]

Postagens Aleatórias #12

[...]Era engraçado a forma que os humores se pareciam.
Todos estavam sorrindo e brincando. Risadas rolavam soltas e todos estavam em sintonia. Mas havia algo errado. Os olhos se desviavam e as respostas evasivas para as perguntas óbvias tornava tudo muito claro. Todos sentiam aquele humor meio sombrio e triste, meio encabulado e solitário, mas não falavam no assunto. Até isso todos eram parecidos. Aquela onda de humor ruim afetava a um deles, e afetava a todos, unindo-os ainda mais. Apesar das risadas, o dia estava... Diferente. [...]

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Passagens Aleatórias #11

[...]E eu gostava de vê-los juntos.
Havia muita harmonia neles. Uma sinergia muito grande. Era lindo vê-los interagindo e sentir aquela conectividade familiar. Era isso. Era uma família. E por um momento foi tão surpreendente que não sabia como reagir. E quando eles vieram para perto de mim e me abraçaram rindo e brincando como crianças, eu tive que sorrir. Eu estava, finalmente, em casa. [...]

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Passagens Aleatórias #10

[...]Era tudo tão confuso.
Eu sentia vontade de chorar e de gritar, aquelas sensações me sufocavam e eu não sabia o que fazer. Eu ficava tentando montar o quebra-cabeças que minha vida havia se tornado e haviam tantas decisões importantes a serem tomadas que eu não sabia o que fazer. Não parecia haver qualquer preparo para nada dentro de mim, só havia um turbilhão de emoções conflitantes e pensamentos estranhos e difusos tirando minha sanidade e levanto para longe toda felicidade que eu pudesse ter.[...]

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Passagens Aleatórias #9

[...]Eu amava mulheres.
E suas curvas e silhuetas delicadas e bem feitas. Amava a forma que seu quadril se movia sinuosamente e como seus decotes tendiam a mexer com a imaginação de uma forma maravilhosa. Adorava suas personalidades difíceis de lidar e sua beleza exuberante ao serem femininas. Adorava a forma que se arrumam e se aprumam para parecerem sempre lindas e bem cuidadas. Amava também a forma natural com que pareciam se vestir quando sabia que na verdade passavam horas pensando na roupa. Acho surpreendente então quando não se vestiam, e tiravam suas roupas coladas e colocavam algo para "ficar em casa" e ficavam incrivelmente sexys com aquela roupa. Suas silhuetas perfeitas maravilhavam minha vida e iluminavam meus dias. Não havia algo tão bem feito na natureza quanto a individualidade de cada mulher e sua exuberância feminina.[...]

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Passagens Aleatórias #8

[...]Eu adorava seu sorriso.
Amava a forma adorável que ele sorria e como suas bochechas pareciam mordíveis cada vez que ele fazia esse ato tão encantador quanto o riso de uma criança. Ele não gostava muito do próprio sorriso e não o fazia com muita frequência. Negava a beleza do ato e volta e meia se recusava a mostrá-lo para mim. Isso só fazia com que eu me esforçasse muito mais pra colocar um sorriso adorável naquele rosto que eu tanto gostava. Ele não percebia, eu tinha certeza, como só por vê-lo sorrindo, eu já ganhava o dia. [...]

Passagens Aleatórias #7

[...]Então eu já não sabia mais nada.
Eu estava confusa, me sentia uma bagunça. Meu coração doía e meus olhos falhavam na tarefa de manterem-se secos. Eu queria correr e ao mesmo tempo me afundar na minha cama e não levantar mais. Eu queria ficar sozinha mas não solitária. Eu me sentia abandonada e também cheia das pessoas a minha volta. Eu queria gritar e conversar e colocar tudo pra fora, mas necessitava ficar em silêncio e preferia sofrer sozinha na minha solidão. Eu queria minha paz de espírito que fora roubada de uma hora pra outra, mas parecia que nada do que eu fizesse a faria retornar para mim. Eu me sentia volátil e pronta pra explodir. Minha confusão estava tão grande que eu já não entendia mais o que estava acontecendo. Tudo isso se passou em um único segundo, foi um abrir e fechar de olhos, e eu estava no controle da situação. Eu divaguei demais para um único segundo.[...]

sábado, 27 de abril de 2013

Passagens Aleatórias #6

[...]E aí eu começo a ouvir música e tudo parece voltar como um filme.
Todas aquelas lembranças e todos aqueles sonhos antigos que eu tinha com você, e com todos aqueles que algum dia eu já amei. Eu senti tudo de novo, na pele, aquelas esperanças vãs de um futuro incrível ao lado de cada um deles. Do amor que eu sentia e de todos aqueles sentimentos conturbados e intensos que eu costumava sentir. Tudo vem numa fúria impetuosa e me dragava para um mar de coisas que já não sinto. Aí eu fico pensando nos 'E se...?' da vida e fico imaginando as infinitas possibilidades em menos de um segundo. E então a música acaba, a nostalgia se vai com ela e todos esses sentimentos, coisas do passado, se vão e fica uma sensação gostosa de satisfação pelo meu presente. [...]

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Passagens Aleatórias #5

[...]Eu não sabia se ficava magoada, com raiva ou ignorava.
Porque aquele jeito de "não tô nem aí pra você" simplesmente era uma ofensa para mim. Quando resolvia ser seco comigo e me dispensar tão na cara dura e tirar conclusões precipitadas, ele renascia meu temperamento maligno e me deixava confusa. Eu não sabia se me sentia ultrajada com seu comportamento repulsivo comigo, e ficava irritada e brigava com ele no processo apenas para descarregar esse sentimento forte. Ou se ficava triste e me excluía no meu canto e lhe deixando em paz para sempre e não ficando por perto e sofrendo em silencio no processo. Ou então não sabia se ignorava sua atitude tola de ficar me colocando contra parede com suas propostas e conversas. Eu não sabia mais nada. Eu estava uma confusão. [...]

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Passagens Aleatórias #4

[...]Aí eu decidi que queria jogar tudo fora.
É, isso, pensei comigo mesma. Tudo no lixo. Peguei fotos, lembranças e presentes. Juntei tudo o que me lembrava daquele tempo e coloquei em uma caixa. Uma caixa bem grande, que cabia muitas coisas. E bem resistente, para que não fugissem dali. Então coloquei tudo lá. Tudo que eu tinha cuidado e cultivado há alguns anos eu coloquei ali. Tudo. Todos os presentes que tinha recebido, todas as histórias que tinha vivenciado e todas as fotos que tinha ajudado a protagonizar. Coloquei com cuidado dentro da caixa. Ela ficou abarrotada e quase não fechava, mas eu dei meu jeitinho. E depois de juntar tudo isso, eu simplesmente joguei fora. Me desfiz de toda aquela bagagem física e emocional que estava no meu passado não tão recente.  De tudo aquilo que estava me segurando no passado e me impedindo de seguir em frente. Eu queria um recomeço. E era assim que eu estava conseguindo. [...]

terça-feira, 23 de abril de 2013

Passagens Aleatórias #3

[...]E então ele se provou uma pessoa nojenta pra mim.
Ele fazia, acontecia e não dava satisfações a ninguém. Simplesmente fazia o que lhe dava na telha sem pensar nas consequências, fossem elas boas ou ruins. Passava por cima de tudo e de todos sem olhar para ninguém e relutava em assumir seus atos. Traia e mentia sem o menor peso na consciência, sem o menor senso de honra ou dever. Em resposta ao seu silêncio, eu apenas sorri para ele e lhe disse o que se passava na minha mente naquele momento: Que na hora que ele precisasse de mim, e ele precisaria, eu ia passar a ele o mesmo que ele passava a mim, o silêncio.[...]

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Passagens Aleatórias #2

[...]E eu adoro essa sua camisa escura e sua marra de badboy cheio de piercings e palavrões. 
Você tem todo esse jeito meio ogro e grosso de dizer as coisas e fala como se fosse a coisa mais importante do mundo. E talvez você seja. Mas isso simplesmente cai quando está comigo. Você esquece do mundo, do seu jeito de pensar e como todos acham que você vai agir. Você simplesmente age comigo. Você dá seu sorriso irritante de canto, me pega pelo braço com toda a gentileza do mundo e fala coisas no meu ouvido que me fazem corar. E aí me olha nos olhos, me chama de linda e me carrega pra qualquer lugar, porque sabe que eu iria ao fim do mundo por você e apenas para te ter comigo.[...]

Passagens aleatórias #1

[...]Eu adorava a forma como ele mentia e dissimulava.
Era tão adorável que se eu não soubesse que estava mentindo, poderia facilmente ser encantada por seu canto sedutor. Ele me lembrava as sereias, que cantavam para os navegadores, hipnotizavam-nos e os matavam afogados. Ele era capaz de envolver todas as mulheres que quisesse em sua mentira e então quebrar seus corações com a mesma facilidade. Eu me divertia com suas técnicas. Elas não funcionavam em mim, mas adorava vê-lo tentar mil e um jeitos de se desculpar por não falar mais comigo. Eu sabia porque, o verdadeiro que ele não contava, mas eu deixaria ele se iludir sozinho, com suas próprias palavras, e se afogar com suas próprias mentiras, enquanto negava a realidade e vivia em um conto de fadas. [...]

sábado, 30 de março de 2013

Quadril

Ele observava, como quem não quer nada, a movimentação na pista. Um tipo específico de movimentação lhe chamava a atenção de uma forma bastante prazerosa. O balanço do quadril feminino era algo sublime de olhar. Claro, sem roupas era absurdamente melhor, mas não importava se estava ou não com roupas naquele momento. Mulheres sabiam ser sexies de uma jeito que homem nenhum conseguiria entender mesmo que tentasse. Era por isso que o balanço do quadril feminino lhe chamava tanto a atenção. E havia um em especial que merecia toda a sua atenção.
Aquela jovem, garota, mulher (porque não importaria muito a idade dela para Nathan, ia apreciar da mesma maneira), vítima de seus olhares, sabia o que estava fazendo. Ela balançava a quadril ao ritmo da música de uma forma no mínimo hipnotizante. Era um para-lá-e-para-cá alucinante. Os cabelos longos balançando junto e quase encostando na parte mais avolumada do quadril era algo tão excitante que não dava para simplesmente ignorar, mesmo que quisesse. Os fios de um tom castanho puro e cacheados nas pontas chamava a atenção para outra parte exposta ao seus olhos: a região do umbigo revelada pela blusa curta que ela usava. A pele levemente dourada pelo sol parecia seda pura e implorava por toques ousados. E em conjunto que aquela jeans apertada que salientava os quadris, era o auge da provocação.
A mente de Nathan não conseguia se desvencilhar das imagens profundamente eróticas que rondavam sua cabeça. Se perguntava o que mais ela poderia fazer com os quadris. A resposta para aquela pergunta fazia seu corpo tremer de desejo para saber qual seria a melhor forma de respondê-la. Também se perguntava como ela reagiria se colasse seu corpo as costas dela e virasse o rosto feminino para beijá-la. Será que ela o rejeitaria?
Procurou olhar em volta para ver os possíveis rivais. Mas ao observar superficialmente, não dava para saber. Ela dançava sozinha na pista. Ela, com aquele rebolar de desbancar até o mais frio dos homens, não parecia estar acompanhada, nem estar chamando atenção. Ou será que estava? Olhou em volta a procura de um possível motivo e viu um grupo de mulheres, todas acompanhadas, observando-a. O grupo parecia conspirar em relação a ela, como se a protegessem de longe. E observando por mais algum tempo, era isso que acontecia. Quando alguém fazia menção de ir até ela, algum daqueles brutamontes do grupo se aproximava e tinha um pequeno chit-chat com o rapaz e ele logo desistia da idéia.
Nathan sorriu consigo mesmo, isso parecia perfeito. Ela deveria ser sua melhor conquista na noite. Resolveu aceitar o desafio silencioso que aquele grupo de pessoas parecia lançar a todos os homens que pusessem os olhos famintos sobre aquele quadril hipnótico. 
E sem olhar uma segunda vez para ela, ele começou a dançar na pista, se aproximando aos poucos, sem que o grupo percebesse. Algumas músicas depois, ele estava há um passo de distância dela, de costas, dançando casualmente, sem se importar, mas atento a movimentação do grupo que a cuidava. Em um momento de distração deles, Nathan se virou, colocando as mãos na cintura delgada e colando seu corpo às costas dela e acompanhando seu rebolar. Seu rosto e respiração foram parar no pescoço aveludado (e com um cheiro tão gostoso e sexy que Nathan teve que evitar de gemer. Se o contato com o corpo dela já era extasiante, somar isso ao cheiro era avassalador). Um riso divertido ecoou em seus ouvidos apesar da música alta.
- O que é tão engraçado? - Perguntou com os lábios quase grudados a orelha feminina e delicada. As mãos dela, quentes e macias se comparadas as de Nathan que eram congelantes, foram parar no pescoço feminino, para aproximá-lo mais e passar pelos seus cabelos.
- Você conseguiu driblar meus protetores. É um vencedor - Ela falou suave e a voz pareceu familiar a Nathan, mas ele não imaginava como. Se alguma vez na sua vida tivesse visto aquele quadril, com certeza estaria guardado em sua memória a dona de tal bela curva.
- Eu me esforcei para isso. Mereço um prêmio não acha? - Perguntou insinuante, rebolando junto dela enquanto ela dava outro riso curto e divertido.
- Primeiro deixe-me ver o rosto de meu algoz - Ela falou e, em um movimento rápido, ele girou a cintura em suas mãos, fazendo o corpo dela virar de frente para o seu e grudar o corpo feminino junto ao seu. Os cabelos longos giraram junto e bateram no rosto de Nathan, mas ele não se incomodou com isso. O que lhe chamou a atenção foram os olhos verdes que lhe fitavam, tão próximos uma vez que seus rostos estavam quase se tocando. Ele conhecia aqueles olhos. Era sua colega da faculdade.
Ficou surpreso por um segundo ao se lembrar dela. Tinham poucas aulas juntos. Seu nome era Ariana. E ele, tinha de admitir, não sabia que ela tinha um quadril tão sexy. Como diabos nunca notara a garota, era o que se perguntava naquele instante. Nos olhos dela, ele observou, um brilho de reconhecimento passou rapidamente, e então ela deu um sorriso de lado, malicioso, e Nathan não pode deixar de gostar.
- Decepcionada? - Perguntou em seu ouvido, sentindo ela se arrepiar com a sua respiração em seu pescoço.
- Nem um pouco - Foi a resposta dela no seu próprio, uma das mãos segura em seu pescoço, voltando a dançar e o fazendo acompanhar seu ritmo. Natham adorou a forma deliciosa que o corpo dela ondulava junto ao seu.
- Porque tantos protetores? - Ele perguntou novamente em seu ouvido, sentindo ela ficar um pouco tensa no processo.
- Acabei um relacionamento há pouco. Eles não querem nenhum engraçadinho dando em cima de mim - A tensão era visível no corpo dela e Nathan percebeu que ela não queria falar sobre aquilo.
- Bem, já que viu o rosto deste hábil algoz, que tal meu prêmio agora? - Ele perguntou com um sorriso se afastando da orelha feminina e olhando-a nos olhos, os rosto novamente quase se tocando de frente. O corpo dela relaxou com o súbita mudança de assunto e o sorriso malicioso e zombeteiro voltou.
- Bem, acho que você já pode pegá-lo - Nathan não precisou de outro estímulo para beijá-la. Seus lábios encontraram os dela sem esforço e ela não ofereceu barreira nenhuma para ele no processo. Ele sentiu o desejo arder em sua corrente sanguínea ao notar que não havia nada que lembrasse álcool no hálito feminino e pensou que queria todas aquelas imagens eróticas postas em prática com aquela mulher deliciosa em seus braços.
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Ao acordar em seu quarto, Nathan só tinha um pensamento coerente passando a sua cabeça ao sentir um corpo aveludado em seus braços sob os lençóis de sua cama: Aqueles quadris poderiam fazer qualquer homem delirar. Ele não tinha idéia de como não os tinha notado antes e uma certeza em mente: eles eram incrivelmente viciantes e ele precisava de mais.
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Raramente me aventuro em narrativas sob o ponto de vista masculino, mas acho que esse ficou ótimo.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Língua

Estava lendo e resolvi criar. Uma short-one dessa vez, depois de tanto tempo sem criar.
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A língua dela coçava de uma forma quase dolorosa. Tinha algo estranho. Algo fora do lugar. E ela não conseguia discernir exatamente o que era. Havia começado há alguns poucos dias, dois ou três. Ela não lembrava. Começara devagar, sem ser notado e de forma inoportuna. Crescera de uma forma gradual e cheia de significados. Até se tornar um comichão doloroso e insuportável. Algo que não fazia perder sua concentração e querer chorar de frustração.
Outra coisa que lhe irritava era a forma trêmula que suas mãos pareciam viver. Trêmulas para acariciar seus cabelos longos e suaves, trêmulas para fazer suas anotações e definitivamente trêmulas e hesitantes para tocar outras pessoas, mesmo que isso fosse necessário. Elas não obedeciam os comandos de seu cérebro e pareciam ter vontade própria. Pareciam perder a força momentaneamente e isso a irritava.
E as respostas de seu corpo a estímulos diversos, como fome, dor de cabeça o ou simplesmente a dor, pareciam alterados. Estaria doente? Suas mãos não funcionavam, sua língua estava alterada e seu corpo parecia não responder a nada. O que estava errado? Não conseguia entender.
E então, um par de mãos encostou em sua cintura, e seu corpo pareceu corresponder automaticamente. Sua pele se arrepiou, sua força voltou e seu coração bateu em um ritmo desenfreado. Ela reagiu. Suas mãos deixaram sua fórmula tremulante para parar em cabelo macios, que não os de sua dona, e puxaram levemente, foi a firmeza que antes sumira. E sua língua?
Ah, sua língua agora estava em êxtase. Em contato com outra, de forma exigente, de um jeito lento e sedutor, que fazia com que seus outros sentido parecessem entrar em colapso por estarem trabalhando tanto em tão pouco tempo. E a coceira? Ela havia evaporado com o gosto dos lábios de seu companheiro.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Ela e Ele

Haviam duas pessoas no quarto. Havia ele. E havia ela. Ele estava deitado na cama, esparramado, como se pertencesse aquele lugar. Como um grande gato preguiçoso. Como se aquele cômodo, e por consequência aquele móvel, fosse dele. Mas não eram. Eram dela. E ela estava sentada na sua escrivaninha, trabalhando arduamente. A cena era engraçada e ao mesmo tempo estranha. Ele, no quarto dela.
- Hey, o que você tanto digita nesse seu computador?
- Aff, não sou rica como você, tenho que estudar - Ela replicou revirando os olhos, enquanto se virava para ele.
As risadas dele ecoaram pelo cômodo com tranquilidade e a cara amarrada dela se desfez como num passe de mágica.

Essa era a cena mais comum entre eles. Ele deitado na cama dela. Ela brigando com ele por ser um vagabundo.


Em uma outra cena que eles protagonizavam, era comum ela estar no banho e ele no quarto dela, onde ele dizia pertencer, e a campainha tocar. E lá do banheiro ela gritar

"Levanta essa sua bunda daí e faça algo que preste: Atenda pra mim"
E lá ia ele, não como o gato preguiçoso, mas como um cão fiel ao dono. Ele descia as escadas com certa pressa a abria a porta para encontrar o outro, dar um sorriso de escárnio e virar sua cabeça para as escadas e gritar de volta.
"Ele está aqui, devo deixá-lo entrar?" E uma risada tosca sai de sua boca, como um grunhido felino. Lá de cima, um pequeno muxoxo sai de onde ela está.
"Seu idiota, mas é claro que sim! Já vou me vestir"
E algum barulho alto no andar superior faz ele e o outro rirem do fato dela ser desastrada.

Eles estava sempre ao lado dela, não importava a situação. Afinal, eles eram amigos. Não, não só amigos, mas sim melhores amigos. Não é?

"Hein... Acho que nunca perguntei para você... Nunca se interessou por ninguém?" Ela perguntou certa vez enquanto os dois estavam sentados desfrutando do por de sol no telhado da casa dela.
Ele se virou surpreso para ela e sorriu como o gato de Cheshire e se aproximou dela até poder sentir de leve o nariz dela encostar no seu.
"Claro que já me interessei. Na verdade, nesse exato momento, eu estou muito interessado em alguém." Os olhos dele, pertubadoramente sinceros e cheios de significados ocultos, estavam fixos nos dela.
Por um segundo, ela prendeu a respiração. Aquele momento pareceu durar para sempre.

E então, como num passe de mágica, ele teve de ir embora. A separação foi dolorosa.

"Eu tenho que... Sair do país" o olhar dele vacilava no dela e trazia muita dor consigo. 
"Quando...?" Ela falou com um fio de voz. Ela perguntou muita coisa ao mesmo tempo. Ela sabia. E ele também.
"Vou embora em duas horas. Está decidido há algum tempo já. Não sei quando volto" Os olhos dele vacilaram para longe dos dela. Ele sabia que um crack inaudível havia acontecido dentro dela. Mas não poderia fazer nada.
E ela, ah, ela, ela só sentia raiva.
"Eu-você-nós... EU TE ODEIO!" Ela falou de soco, num impulso. E automaticamente suas mãos foram parar em sua boca, como se não acreditasse no que havia dito. Seus olhos estavam mareados. Ela estava próximo de explodir.
Ele não respondeu, era um gato abandonado naquele exato momento. Aquela foi a deixa para ela sair correndo. Suas lágrimas descendo por seu rosto de uma forma dolorosa. Para os dois.

Ele fora embora. Ela sabia. Ele sentia. Foram tempos de trevas. A separação fora dura. Mas o reencontro inevitável.

Já fazia muito tempo que ele havia ido embora. E por mais que o outro estivesse perto o tempo todo, ainda não era ele. O sorriso dela não era mais tão vívido, mas ela sobreviveria. E olhando para o outro enquanto conversava com ele não viu o que acontecia a sua volta. A cena foi rápida. Ela caminhava sem olhar para frente, enquanto o outro olhava para o caminho.
Em frente a casa dela, ele estava parado, com um belo sorriso felino no rosto, mas sem aqueles clichês femininos como presentes. Ela não precisava daquilo. O outro, quando o viu, parou de falar e de caminhar.
Ela, distraída, nem percebeu.
Mas o magnetismo entre os dois falou mais alto. Ela sentia aura dele. Seu olhar foi atraído pelo dele. O final era predizível: Ela correu para os braços dele, do melhor amigos, de seu confidente, daquele que ela amava, e o beijos com todo o sentimento de sua alma antes quebrada, e agora completa.

As palavras... Meramente desnecessárias.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Tempo

Talvez a dor se vá com o tempo.
Mas isso só ele próprio dirá.
Enquanto isso eu aguento em puro silêncio.