quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Postagens Aleatórias #99

Talvez você não saiba o quanto sorrio por ti.
Eu observo suas mãos calejadas, fortes e senhor muito masculinas enquanto você as usa vigorosamente. Poderia ser para tocar sua guitarra, para escrever seus resumos desenfreadamente ou para tocar meu corpo quando quisesse. Mas eu observo esse detalhe em você. Observo também seu sorriso fácil e seu temperamento de fácil manuseio, tão forte quanto o meu e mesmo assim tão menos complicado. Eu gosto de ver sua respiração compassada ao dormir e suas expressões diante das minhas diversas formas de irritar você. Mas o mais importante: enquanto eu te observo, eu sorrio.
Eu sorrio pelo seu jeito de menino moleque, que gosta de me dar uma resposta ultrajada e me manda tomar no cu.
Eu sorrio por conta da sua irritação frustrada quando algo dá errado e você busca por alguma solução.
Eu sorrio pelo seu jeito chamuscado ao me olhar nos olhos, dizer que me ama que eu sou sem comparação.
Eu sorrio com o seu sorriso, que faz com que uma luz arda no meu peito e faz com que eu fique sem jeito por cada motivo que você me dá para sorrir.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Dor e Destruição


Às vezes a dor era real. Mais do que isso. Ela era opressora. A dor começava do lado esquerdo do peito. O coração batia pesado e devagar, como se algo não estivesse certo. A dor então se espalhava em forma de agonia e ia para os pulmões, dificultando a respiração. A respiração ficava então rasa e parecia nunca transportar oxigênio algum. Você se sente então desregulado. Como se algo estivesse fora do lugar. O que acontecera? Porque doía tanto?
Ao se espalhar novamente, a dor atingia seus olhos. Começava a acumular líquido aos contos dele enquanto sua visão embaçava. A dor para respirar, as batidas do coração, tudo parecia doer demais. Você pisca, perdendo a habilidade de enxergar e tudo passando a virar meros borrões.
Você se sente inapto a controlar qualquer parte do seu corpo. Os movimentos são detidos, cegos pela dor, e mesmo movimentar os dedos lhe traz desconforto. A imobilidade vem como uma segunda natureza e você se sente perdido.
O desespero te corrói.
Não há nada mais o que fazer. 
Então um grito engasgado sai do fundo da sua garganta e você afunda naquele mar de dor, miséria e solidão. Não há mais nada. Apenas você, sozinho, sem ninguém para curar seus ferimentos. A dor não lhe engana: ela vai continuar a arder em você até não sobrar mais nada.
Não que tenha sobrado de qualquer jeito. Você já está destruído.