sexta-feira, 29 de novembro de 2013

O Suricato

A sociedade suricato comumente é uma sociedade feminista, ou matriarcal, como deve-se dizer. Quem manda no bando normalmente é a fêmea mais forte, que impede que as demais de se reproduzirem. A fêmea dominante normalmente chega a ser maior que as outras devido a sua posição. E qualquer filhote que seja considerado ilícito é abandonado.
Naquela sociedade em especial, a líder já estava velha, e suas filhas lutavam pela sucessão. Embora houvesse a preferida ali, elas lutavam desde novas para assumir aquele posto de dominância. O grupo havia adquirido novos machos, machos saudáveis, que estavam esperando a hora de se unir com alguém. Havia aflição por parte deles. E mais ainda por parte delas, para obter aquela posição tão privilegiada. 
A favorita no entanto, já brigava desde o nascimento, muito mais que as outras. A favorita era uma das filhas mais novas. E uma das mais guerreiras e fortes. As mais velhas ficavam irritadas com isso, tentavam lhe fazer desfalecer, mas a matriarca da família impedia umas poucas vezes, quando ela não estava em condições de lutar. O que era raro.
Naquela noite, a favorita havia brigado não só com as mais velhas entre todas as filhas. Mas brigara com todas as irmãs. Aparentemente, elas haviam se unido contra a mais forte. Aquela noite em especial, que a favorita estava descobrindo interesse por um dos machos recém adquiridos. Na verdade, já havia algum tempo que ela havia notado ele, embora ninguém mais notasse. Era mirrado, mas forte. Daria um ótimo companheiro. E a favorita havia notado isso, e queria ele como seu companheiro. Mas ele sequer olhava para ela.
As irmãs, todas juntas, naquela noite foram derrotadas, uma a uma, pela favorita. A favorita mostrou seu valor como mais forte e a matriarca já estava prestes a dar-lhe o posto, numa luta em que deixava ela vencer, para poder descansar.
Então a favorita viu algo que lhe machucou profundamente. Seu escolhido, ele estava tentando ajudar uma de suas irmãs. Enquanto os outros machos estavam a sua volta, surpresos, ele simplesmente lhe ignorava. A favorita foi dormir, sob a permissão da matriarca, que observara a situação toda. Ela entendera que sua favorita não queria ver aquilo.
Na manhã seguinte, a favorita simplesmente acordou distante de todos, fazendo suas atividades diárias com uma perfeição inexplicável. Ela ficou longe de todos os machos, e pela noite desafiou a matriarca com uma postura de tédio. A matriarca resolveu que daria uma última luta para ela, uma decente. Ela lutou bravamente, e embora fosse forte, a mais nova venceu por puro mérito. Ela assumiu seu posto como matriarca da sociedade naquela noite.
Os machos ficaram na expectativa dela nomear seu favorito, o primeiro a acasalar com ela e gerar a primeira ninhada. Mas ela simplesmente fez todos dormirem. Na manhã seguinte, ela coordenou as atividades diárias como sua antecessora fizera. E não se aproximou de macho algum. 
Durante os meses seguintes, ela não nomeou ninguém como primeiro e tampouco acasalou com algum deles. Na verdade, eles sequer conseguiam chegar perto dela. Ela se tornara intocável. Suas irmãs, começaram a tentar acasalar. Ela simplesmente vetou e mostrou que os acasalamentos só aconteceriam com a permissão dela, e depois que ela mesma acasalasse. As mais velhas se voltaram contra ela novamente e tentaram tirar-lhe o posto.
A favorita apenas lhes rechaçou de forma absoluta e as fez ficar alguns dias sem alimento, para que servissem de exemplo para as outras. Ninguém mais tentou contestar sua decisão. Os machos estavam bastante apreensivos, ela não parecia querer nenhum deles. E isso os deixava temerosos de não serem bons o suficiente para a matriarca.
Os meses se passaram e o grupo mudou de região pois a que estavam começava a dar sinais de escassez de alimentos. Ao adentrarem um novo território, acharam um grupo de machos que foram banidos de suas sociedades. A matriarca aceitou eles dentro de seu rebanho. Os machos já pertencentes ficaram ansiosos com aquela decisão. Mais machos, mais competição. Mas com o passar do tempo eles perceberam que os novatos também não conseguiam chegar perto da matriarca e se acalmaram. Não havia perigo. A matriarca apenas fora generosa e aumentara a proteção dentro do território.
O tempo começou a passar. A matriarca então fez o primeiro acasalamento dentro do grupo. Ela deixou a mais velha de todas as suas irmãs acasalar. Mandou que escolhesse um parceiro e que poderia acasalar apenas com ele uma única vez. A mais velha se sentiu sortuda e escolheu o macho que mais a agradava. A matriarca se manteve impassível e adquiriu mais dois grupos de machos abastados. O grupo agora contava com trinta membros e se tornara fácil defender o território de invasores. A matriarca ainda não havia acasalado. 
Certa noite, os machos lhe abordaram sobre isso. Porque não eram bons o bastante para ela? Ela apenas demonstrou que o único que ela queria nunca olharia para ela. E foi dormir. Na manhã seguinte, deixou uma de suas irmãs mais nova acasalar. Ela acasalou com o mais velho entre os machos. A matriarca apenas continuou seus afazeres.
Com o passar do tempo ela foi permitindo aleatoriamente acasalamentos. Apenas uma vez, um único macho. Nada mais que isso. Ela cuidava de todos e não permitia brigas que não fosse com ela dentro do bando. O bando estava em harmonia.
Em uma determinada manhã, após absorver mais um macho abastado, ela acordou com um estalo. Acordou seu bando com carinho e fez as atividades matinais com felicidade. E então sorriu para a irmã e pediu para que escolhesse seu macho para acasalar. A irmã ficou surpresa  disse que não sabia quem queria. A matriarca sorriu e perguntou quais que ela estava em dúvida. A irmã apontou para três machos, um dos mais velhos, um que chegara a pouco e o escolhido de sua matriarca. O sorriso fora quase cruel.
A matriarca pediu que eles brigassem por sua irmã. Os machos ficaram surpresos. A matriarca dizia para que provassem seu valor diante do bando de que mereciam aquela fêmea. E aquele que fosse com o pior desempenho seria banido do bando. Após ser decidido quem ficaria com sua irmã, a própria matriarca escolheria com quem acasalar. Os três machos se botaram em combate prontamente, não queriam perder.
Como o previsto pela matriarca, quem perdeu foi seu favorito. O ganhador fora o macho que chegara há pouco. A matriarca ainda daria uma chance para o perdedor: ele deveria escolher outra fêmea que estivesse disposta a acasalar com ele. Humilhado, ele apenas disse que se não fosse aquela irmã, ele não queria mais nenhuma. A matriarca apenas sorriu e lutou com ele. Ele não merecia nenhuma de suas irmãs. Ela o deixou incapacitado de procriar. E o mandou embora.
A matriarca decidiu que iria procriar com o macho recém chegado no bando. Após a expulsão do escolhido, o bando voltou ao normal, como era antes, e a matriarca ficou em sua posição durante muitos anos. E mesmo em seu leito de morte, aquela que deveria lhe substituir ainda teve muito trabalho para tirá-la do posto. Aquela suricato sempre seria a favorita. E ninguém seria tão forte quanto ela.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Postagens Aleatórias #60

[...]Eu me odiava.
Me odiava por ser incapaz de odiá-lo. Me odiava por ser incapaz de ignorá-lo ou de deixá-lo de lado da mesma forma que ele o fazia comigo. Porque eu tentava de todas as maneiras me afastar dele, mas parecia que eu era atraída. Atraída por seu cheiro, por seu olhar, por seu magnetismo particular. E aí eu voltava atrás, em minhas decisões, e deixava ele entrar de volta na minha vida, em meu coração, para bagunçar tudo o que eu tinha arrumado. Isso tudo porque eu era incapaz de ignorá-lo. Eu realmente me odiava. [...]

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Postagens Aleatórias #59

[...]Ela estava desistindo. Depois de tantos anos, ela estava desistindo dele. Eu via isso nos olhos dela. A melancolia, a tristeza, mais a determinação e o cansaço. Ela não queria mais aquela situação. Cansada dele não tendo tempo para ela, cansada de correr atrás sempre. Via a tristeza nos olhos dela ao receber tantos não’s por parte dele. E a melancolia referente a lembrança que ela tinha dos poucos momentos que os dois haviam passado juntos. Era fácil também observar a determinação nos olhos dela. A determinação de esquecê-lo, em achar alguém que aceitasse todo o carinho que ela tinha para dar. Então eu vi ela apenas rechaçar a negativa dele e transformar aquela negativa em última. Vi ela ir embora. E ser feliz. Com outro. E deixar aquele lá esperando para sempre que ela voltasse. Eu quase senti pena dele. Se aquela garota não fosse eu[...]

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Postagens Aleatórias #58

[...]Por favor, me beije.
Me beije lenta e delicadamente. Daquele jeito que só você sabe fazer. É, isso, bem lento. Enlouquecedoramente sexy, por favor. Quero aquele beijo que me faz suspirar de desejo por mais. Quero aquele beijo que você me dá no ápice da loucura, no auge do tesão. Quero aquele beijo apaixonado, misturado com lascívia e escorrendo desejo, mas que não deixe que eu me sinta menos amada por isso. Quero aquele beijo apaixonado que você me dá após o clímax, onde você me coloca no seu peito e dormimos juntos, abraçados um ao outro. Não quero mais nada, só que você me beije como se não houvesse amanhã. Aquele beijo que me faz sentir única mesmo que eu não seja. Porque eu sei que não sou a única, nem quero ser, porque um beijo não é uma promessa e o que eu quero é só isso mesmo: o beijo que você guarda só para mim. [...]

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Postagens Aleatórias #57

[...]Ah, aquilo era terrivelmente sexy.
Começava lento, bem devagar. Começava no quadril, movimentando ele para um lado e para o outro. Aí os braços ganhavam vida. Eles se enredavam em volta do corpo e davam movimentos mais majestosos para os quadris. Então, as pernas começavam seu movimento. Ritmado, lento, delicioso. E viciante. Então o conjunto todo estava desperto e o ritmo começava a aumentar. Os braços se agitavam mais rápido, as pernas se moviam com mais força e o quadril acompanhava todo o movimento. A graça, a sutileza e a sensualidade de uma dança. [...]