segunda-feira, 29 de abril de 2013

Passagens Aleatórias #8

[...]Eu adorava seu sorriso.
Amava a forma adorável que ele sorria e como suas bochechas pareciam mordíveis cada vez que ele fazia esse ato tão encantador quanto o riso de uma criança. Ele não gostava muito do próprio sorriso e não o fazia com muita frequência. Negava a beleza do ato e volta e meia se recusava a mostrá-lo para mim. Isso só fazia com que eu me esforçasse muito mais pra colocar um sorriso adorável naquele rosto que eu tanto gostava. Ele não percebia, eu tinha certeza, como só por vê-lo sorrindo, eu já ganhava o dia. [...]

Passagens Aleatórias #7

[...]Então eu já não sabia mais nada.
Eu estava confusa, me sentia uma bagunça. Meu coração doía e meus olhos falhavam na tarefa de manterem-se secos. Eu queria correr e ao mesmo tempo me afundar na minha cama e não levantar mais. Eu queria ficar sozinha mas não solitária. Eu me sentia abandonada e também cheia das pessoas a minha volta. Eu queria gritar e conversar e colocar tudo pra fora, mas necessitava ficar em silêncio e preferia sofrer sozinha na minha solidão. Eu queria minha paz de espírito que fora roubada de uma hora pra outra, mas parecia que nada do que eu fizesse a faria retornar para mim. Eu me sentia volátil e pronta pra explodir. Minha confusão estava tão grande que eu já não entendia mais o que estava acontecendo. Tudo isso se passou em um único segundo, foi um abrir e fechar de olhos, e eu estava no controle da situação. Eu divaguei demais para um único segundo.[...]

sábado, 27 de abril de 2013

Passagens Aleatórias #6

[...]E aí eu começo a ouvir música e tudo parece voltar como um filme.
Todas aquelas lembranças e todos aqueles sonhos antigos que eu tinha com você, e com todos aqueles que algum dia eu já amei. Eu senti tudo de novo, na pele, aquelas esperanças vãs de um futuro incrível ao lado de cada um deles. Do amor que eu sentia e de todos aqueles sentimentos conturbados e intensos que eu costumava sentir. Tudo vem numa fúria impetuosa e me dragava para um mar de coisas que já não sinto. Aí eu fico pensando nos 'E se...?' da vida e fico imaginando as infinitas possibilidades em menos de um segundo. E então a música acaba, a nostalgia se vai com ela e todos esses sentimentos, coisas do passado, se vão e fica uma sensação gostosa de satisfação pelo meu presente. [...]

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Passagens Aleatórias #5

[...]Eu não sabia se ficava magoada, com raiva ou ignorava.
Porque aquele jeito de "não tô nem aí pra você" simplesmente era uma ofensa para mim. Quando resolvia ser seco comigo e me dispensar tão na cara dura e tirar conclusões precipitadas, ele renascia meu temperamento maligno e me deixava confusa. Eu não sabia se me sentia ultrajada com seu comportamento repulsivo comigo, e ficava irritada e brigava com ele no processo apenas para descarregar esse sentimento forte. Ou se ficava triste e me excluía no meu canto e lhe deixando em paz para sempre e não ficando por perto e sofrendo em silencio no processo. Ou então não sabia se ignorava sua atitude tola de ficar me colocando contra parede com suas propostas e conversas. Eu não sabia mais nada. Eu estava uma confusão. [...]

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Passagens Aleatórias #4

[...]Aí eu decidi que queria jogar tudo fora.
É, isso, pensei comigo mesma. Tudo no lixo. Peguei fotos, lembranças e presentes. Juntei tudo o que me lembrava daquele tempo e coloquei em uma caixa. Uma caixa bem grande, que cabia muitas coisas. E bem resistente, para que não fugissem dali. Então coloquei tudo lá. Tudo que eu tinha cuidado e cultivado há alguns anos eu coloquei ali. Tudo. Todos os presentes que tinha recebido, todas as histórias que tinha vivenciado e todas as fotos que tinha ajudado a protagonizar. Coloquei com cuidado dentro da caixa. Ela ficou abarrotada e quase não fechava, mas eu dei meu jeitinho. E depois de juntar tudo isso, eu simplesmente joguei fora. Me desfiz de toda aquela bagagem física e emocional que estava no meu passado não tão recente.  De tudo aquilo que estava me segurando no passado e me impedindo de seguir em frente. Eu queria um recomeço. E era assim que eu estava conseguindo. [...]

terça-feira, 23 de abril de 2013

Passagens Aleatórias #3

[...]E então ele se provou uma pessoa nojenta pra mim.
Ele fazia, acontecia e não dava satisfações a ninguém. Simplesmente fazia o que lhe dava na telha sem pensar nas consequências, fossem elas boas ou ruins. Passava por cima de tudo e de todos sem olhar para ninguém e relutava em assumir seus atos. Traia e mentia sem o menor peso na consciência, sem o menor senso de honra ou dever. Em resposta ao seu silêncio, eu apenas sorri para ele e lhe disse o que se passava na minha mente naquele momento: Que na hora que ele precisasse de mim, e ele precisaria, eu ia passar a ele o mesmo que ele passava a mim, o silêncio.[...]

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Passagens Aleatórias #2

[...]E eu adoro essa sua camisa escura e sua marra de badboy cheio de piercings e palavrões. 
Você tem todo esse jeito meio ogro e grosso de dizer as coisas e fala como se fosse a coisa mais importante do mundo. E talvez você seja. Mas isso simplesmente cai quando está comigo. Você esquece do mundo, do seu jeito de pensar e como todos acham que você vai agir. Você simplesmente age comigo. Você dá seu sorriso irritante de canto, me pega pelo braço com toda a gentileza do mundo e fala coisas no meu ouvido que me fazem corar. E aí me olha nos olhos, me chama de linda e me carrega pra qualquer lugar, porque sabe que eu iria ao fim do mundo por você e apenas para te ter comigo.[...]

Passagens aleatórias #1

[...]Eu adorava a forma como ele mentia e dissimulava.
Era tão adorável que se eu não soubesse que estava mentindo, poderia facilmente ser encantada por seu canto sedutor. Ele me lembrava as sereias, que cantavam para os navegadores, hipnotizavam-nos e os matavam afogados. Ele era capaz de envolver todas as mulheres que quisesse em sua mentira e então quebrar seus corações com a mesma facilidade. Eu me divertia com suas técnicas. Elas não funcionavam em mim, mas adorava vê-lo tentar mil e um jeitos de se desculpar por não falar mais comigo. Eu sabia porque, o verdadeiro que ele não contava, mas eu deixaria ele se iludir sozinho, com suas próprias palavras, e se afogar com suas próprias mentiras, enquanto negava a realidade e vivia em um conto de fadas. [...]