[...]Eu estava sentada embaixo da janela. O sol batia em minhas costas e eu me sentia confortavelmente entusiasmada com meu livro de aventura. Folheei mais uma página, rindo de uma piada, quando minha leitura foi interrompida por um par de mãos. Levantei os olhos para seu dono, que estava próximo o suficiente de mim para que eu sentisse sua respiração. Dois segundos foi o tempo que levou para ele pressionar seus lábios nos meus e arrancar-me um sorriso no processo. Satisfeito com sua obra, ele se afastou e voltou a sentar em seu computador como se nada tivesse acontecido. Meus olhos ainda demoraram a desviar de sua figura e voltar para o livro. Um tempo depois, tendo desistido do livro, eu olhava televisão distraída quando minha visão foi interrompida por um corpo que se pôs em minha frente. Eu levantei meus olhos, interrogativamente, e recebi uma careta engraçada e um sorriso. Comecei a rir desenfreadamente diante da palhaçada e, quando mais calma, peguei-lhe a mão. Beijei o pulso e sorri gentil, acariciando a pele dele com a lateral de meu nariz. Quando levantei os olhos para os dele novamente, seus olhos brilhavam e seu sorriso me consumia. Desviei meu olhar para longe, embaraçada, e ele saiu da minha frente para sentar ao meu lado. Apagou a televisão e virou meu rosto para o dele. Beijou meus lábios com lentidão e sem pressa. Suas mãos estavam sobre as minhas. Eu suspirei ao término do ato e deixei meus olhos encontrarem com os dele. Havia um sorriso ali. Assim como eu sabia haver em mim. Nunca fora tão fácil sorrir quanto era agora.[...]
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