[...]A noite nunca lhe parecera tão longa.
Mal conseguia ver a lua no céu. As estrelas não estavam visíveis no céu nublado daquela noite. As arvores faziam barulhos horripilantes e a floresta parecia aterrorizante. Fora impossível evitar se perder. Tudo parecia borrado, sua visão turvava no escuro e seu guia estava sumido. Havia se perdido dele. Por isso rodava e rodava pela floresta em busca de algum padrão reconhecível que lhe levasse para casa. Mas era impossível. Quanto mais se movia, mais se embrenhava na floresta. As coisas não poderiam estar melhores. Em meio aquele silêncio opressor, o farfalhar de folhas na floresta lhe despertou os sentidos. Com a visão obscurecida, procurava aquilo que havia quebrado o silêncio como se fosse um grito histérico. Mas naquele breu, era impossível ver qualquer coisa. O farfalhar, agora mais intenso, parecia vir de todos os lugares. Foi aterrorizante quando sentiu algo quente ser soprado em seu rosto. Mesmo na escuridão, algo selvagem brilhava. Por segundos, sua respiração morreu. A selvageria explicita, o cheiro de maldade, aquilo impregnava o ar a sua volta. Era impossível se mover. Algo tocou-lhe o corpo, e o torpor fez com que deixasse. Não havia o que fazer. Foram segundos mais até outro farfalhar e a atmosfera sumir, junto com o que quer que fosse de selvagem que estava ali. Ao olhar para seu salvador, viu seu guia. Quase chorou de alegria ao ver que nada de mal lhe aconteceria. Por enquanto, era o pensamento de seu quase-captor.[...]
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