[...]Obrigada por ter me incentivado de forma negativa.
Agradeço sinceramente mesmo. Agradeço por ter me rejeitado desde o segundo que me conheceu e por não ter me dado apoio nenhum durante os anos. Agradeço por ter me repudiado por eu ser mulher e por desmerecer-me por causa disso. Obrigada também por ter menosprezado minha capacidade de raciocínio e ter dito que eu não deveria ter formação. Que meu lugar era em casa. Obrigada por tudo isso. Obrigada pela constante recusa, falta de interesse e rejeição intensa, onde a única coisa que nos liga é uma convenção.
Sabe por que eu agradeço? Porque isso me fez mais forte. Mais dura. Me fez trabalhar mais forte, aprender mais rápido. Ser melhor no que eu pudesse ser. Me fez mais esperta, mais sábia. Me tornou uma lutadora. E se hoje eu consegui atingir um dos meus maiores objetivos, foi porque você duvidou de tudo aquilo que eu já fui e daquilo que eu poderia ser. Foi graças a rejeição prematura que eu consegui chegar onde estou. E não graças a qualquer coisa que você fez. Nunca me ajudou. Mas eu nunca precisei realmente de você. A única coisa que você me deu foi ódio. E ódio foi um dos meus maiores propulsores. Ódio me fez crescer. Não desmereço as pessoas maravilhosas que me ajudaram no processo. Mas o ódio, o ódio foi meu maior incentivo de vida. Eu odiei com força o suficiente para quebrar meu próprio coração inúmeras vezes, até ficar indiferente. Indiferente a você.
Obrigada pai por nunca estar presente e só ter sido fonte de material genético. Se eu devo algo a alguém, certamente nunca será a você. Mas obrigada mesmo assim. Sua rejeição foi bem utilizada. [...]
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