quinta-feira, 29 de julho de 2010

Compulsivamente

Compulsivamente, ela tambolirava os dedos pela mesa.
Compulsivamente, ela sorria para afastar a tristeza.
Compulsivamente, ela estudava para se afastar do mundo.
Compulsivamente, ela lutava para afastar seus problemas de tudo.
Compulsivamente, ela amava um cara que não ligava para ela.
Compulsivamente, ela se sentia odiada por quem ela estendia a mão.
Compulsivamente, ela acabava estragando suas amizades de anos.
Compulsivamente, ela se via forçada a esquecer todos os seus planos.
Compulsivamente, ela brigava com a família que tanto amava.
Compulsivamente, ela se via em desgraça pelo pai que a odiava.
Compulsivamente, ela tomou todos os vidros de remédio que vira pela casa.
E, por ter se medicado compulsivamente, agora nos braços da morte ela estava abrigada.

Eu achei uma proposta interessante. Acho que vou tentá-la. Afinal, eu escrevi tudo isso sobre a minha vida compulsivamente.

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