Como eu estou obstinada a terminar esse conto, aqui vai o resto para vocês:
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"É óbvio, eu não tinha percebido ainda que haviam olhos me observando a todo instante. E não eram só dos homens que frequentavam o local. Eram olhos que vinham de meu grupo de amigos."
Girei um pouco o corpo, acompanhando a música sempre. Fui tomar mais um gole de minha bebida e descobri meu copo vazio. Sem desanimar, porém, continuei a balançar meu corpo conforme o ritmo agora enquanto andava. A música fazia milagres com meu humor, ainda mais depois de um mês de sofrimentos enclausurados. Eu sentia minha alma regozijando-se em alegria por estar recuperada. Encontrei a mesa que usávamos semi vazia. O casal havia sumido, as garotas estavam espalhadas e o restante dos rapazes estava com copos de martelinho com tequila.
Eu coloquei meu copo sobre a mesa e todos os rapazes me olharam, perguntando se eu ia participar, como sempre. Eu recusei, e acenei para a pista de dança dizendo que aquela noite apenas ela me teria. Os rapazes riram e deram-me um copo por cortesia. Eu o bebi sem o limão em um gole só, enquanto os rapazes diziam "É assim que se faz" e pisquei divertida para eles, voltando e me remexer para ir de volta a pista de dança.
O ritmo sensual tomou conta do ambiente e eu me senti mais solta, mais eu mesma. Foi nesse momento que braços fortes rodearam minha cintura carinhosamente e fizeram minhas costas ficarem contra um torso definido. Uma voz rouca e conhecida falou em meu ouvido "Conte-me o que ouve com seu namorado de 3 anos. Eu preciso saber". Meu amigo que havia voltado falara aquilo, e senti um tom de urgência em sua voz.
Levantei o rosto, sabendo que meus lábios roçariam levemente no pescoço dele e disse no ouvido que ele havia exposto para que eu falasse "Há um mês eu o peguei na cama com uma ex dele. Joguei a aliança nos dois e disse que era para dizer o que quisesse sobre nosso término. Eu não faria questão de saber".
Eu senti os braços a minha volta movimentarem meu corpo, de modo que eu ficasse de frente para ele. Ao encarar seus olhos, eu senti como se toda minha vida tivesse começado naquele instante. Ele pediu para que eu deixasse-o fazer-me feliz. Eu não tive como negar.
O beijo que sucedeu em seguida me fez repensar em tudo o que eu já havia sentido, e com certeza, o pensamento que eu tive naquele momento, o mais lógico deles, foi que aquele era o momento mais feliz da minha vida. Ao nos separarmos, dei-me conta de que ele havia voltado por outra pessoa. Questionei-o sobre isso. Ele apenas replicou carinhosamente que naquele momento ele não sentia mais falta dela porque ela estava em seus braços. Eu estivera enganada, naquele instante, eu sabia que só haveriam momentos felizes em minha nova vida, ao lado dele.
Fim.
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Para quem não acompanhou:
Espero que tenham gostado. Até mais.
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