sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Conto Parte II

Agora que retomei parte da minha concentração, aqui vai mais uma parte do meu conto. Espero que gostem.
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"Eu entrei naquele carro, comprimentando e dando "oi". Naquele momento, eu me senti mal por estar usando um vestido tão curto. Normalmente não seria importante. Mas naquele dia era, principalmente pelo olhar que meu velho "amigo" deu para minhas pernas. É... Eu não sabia, mas aquela noite iria beeem longe"
Quando consegui me ajeitar no banco corretamente, parei de sentir os olhos de meu velho amigo em minhas pernas. Mas não quer dizer que ele tivesse parado de me olhar. Agora o olhar estava transferido para mim como um todo. "Você está diferente" ele disse pra mim, e deu a partida. Eu tive de encará-lo sem graça. Não gostava que ficassem me olhando. Ainda mais do jeito que ele me olhou, como se eu fosse algo de comer.
Eu tive de fingir não me incomodar e continuei conversando com ele. Ele me contou sobre sua viagem, os estudos e o que tinha feito no exterior. Pelo que percebi, foram experiências maravilhosas.
Certa hora, perguntei porque ele havia voltado. O semblante dele, ao que me pareceu, ficou mais sério e os olhos, por segundos, vazios e tristes. Ele não me respondeu de imediato. Ficamos naquele silêncio constrangedor e eu olhei através da janela embaraçada por ter feito a pergunta errada. O que me surpreendeu foi ouví-lo dizer "Sabe quando você está no meio de muitas pessoas e sente falta apenas de uma?" Eu assenti, virando-me lentamente para ele. Ele observava as ruas fixamente, sem me olhar, concentrado. "Eu voltei por causa dessa pessoa que sentia falta" ele falou lentamente, e eu senti que era hora de mudar de assunto. E foi o que fiz. O resto do percurso, falamos sobre besteiras e sobre a minha vida. E, apesar das brincadeiras, não quis responder a embaraçosa pergunta sobre meu namorado, já ex, para ele.
Não era o assunto que eu gostava de comentar.
Quando chegamos a porta do pub, uma leve música já podia ser ouvida e eu fiquei grata por conseguir deixar de pensar. Era hora da diversão, não precisava mais me preocupar com nada. O resto do grupo já estava ali, esperando por nós. Fomos os últimos a chegar. Saimos do carro sorrindo pela brincadeira que ele havia feito e nos juntamos aos nossos amigos, rindo e brincando, aproveitando aquela sexta-feira a noite. Nossa mesa de sempre, no bar de sempre, bebendo o de sempre: Cerveja.
Eu olhei para a pequena pista de dança que tinha ali e sorri para as minhas amigas. Eu queria dançar e elas, definitivamente, sabiam disso. Peguei meu copo e levantei, aproveitando a música agitada que tocava e comecei a me dirigir para a pista. Poucas pessoas estavam ali, mas as que estavam eram mulheres. Entrei na roda, conversei um pouco com elas, e comecei a me soltar, bebendo a goles leves a bebida em meu copo.
É óbvio, eu não tinha percebido ainda que haviam olhos me observando a todo instante. E não eram só dos homens que frequentavam o local. Eram olhos que vinham de meu grupo de amigos.
[continua...]

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Resolvi dividir esse conto em três partes para dar mais emoção. 
Para quem não leu a primeira parte:
Até breve ;*

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