domingo, 19 de outubro de 2008

Acreditar

Acreditar:

verbo transitivo direto, verbo transitivo indireto e verbo intransitivo 1 Crer, dar crédito a, ter como verdadeiro. vtd e vpr 2 Abonar(-se), conferir reputação a, tornar(-se) digno de estima. vti 3 Ter confiança. vtd 4 Lançar a crédito, pôr na conta do haver. vtd 5 Dar poderes (a alguém), para representar a nação em país estrangeiro. Antôn: desacreditar, desabonar, descrer, depreciar, difamar. (Tirado do Dcionário Michaelis Português)

Uma pessoas complicada. Era o que sempre diziam. Eu sinceramente, nunca acreditei. Na verdade, nunca acreditei muito em coisa alguma. Mas por incrível que pareça, as coisas pareciam dar certo para mim, como se fosse para me incitar a acreditar em algo. Não preciso mencionar que não dava certo. Costumava ser assim.
Até que colocaram um parceiro de trabalhos comigo. Normalmente não o fazem sabe? Mas parece que eram ordens dos superiores. Não me alterei. Na primeira semana não tracamos nenhuma palavra. Era a regra do "Faça seu trabalho que faço o meu". Ao menos comigo era assim.
Na segunda semana meu parceiro de trabalhos parecia mais a vontade e começou a fazer-me perguntas. Coisas simples como "Onde você nasceu?" ou "Você se dá bem com seus pais?". Por mim sempre tranquilo. Fez um jogo de emparelhamento. Se ele dissese por exemplo "Gosto de morangos" eu diria algo equivalentem, que no caso foi "Prefiro uvas". Mas nesse jogo a última cartada foi "Eu acredito no futuro, que as coisas podem acontecer" e eu disse "Eu não acredito em nada". Foi isso que incitou a curiosidade dele para cima de mim.
As perguntas sobre o assunto nas semanas seguintes foram as mais diversas. Tanta diversidade que não sei como ele não se esgotou. Isso se estendeu por algumas semanas. Quando pensei que ele havia desistido, ele apareceu totalmente sorridente, de uma forma que sem querer roubou meu ar. Não perguntei, não tinha nada haver comigo, mas ele falou que tinha. Em um momento meu de descanso, ele simplesmente sentou ao meu lado e falou no meu ouvido "Vou fazer você acreditar em algo" sem me virar falei "Vai? No que?" ele, ainda perto de mim disse "Vou fazer você acreditar em nós" Naquele instante, me virei para fitá-lo e ele me deu um beijo.
Não foi qualquer beijo, tinha algo diferente nele, algo que fez meu coração quase parar. E quando nos separamos, ele sorriu e perguntou "Você acredita?" e eu respondi um firme "Não". Então ele sorriu mais ainda e voltou a trabalhar. Virou rotina ele me dar um beijo quando eu estava desprevenida. E cada vez mais que ele fazia isso, mais a minha firme resposta "Não" começava a perder essa firmeza.
E na última vez que ele me perguntou, com os olhos brilhando, se eu acreditava, foi quando eu finalmente sucumbi ao "Sim", pois eu realmente acreditava em nós. Ele então abriu um sorriso tão ou mais belo de todos que eu já havia visto e segurou as minhas mãos dizendo "Que ótimo, pois eu nunca deixei de acreditar que você poderia acreditar em nós". E com essa simples frase, ele simplesmente me fez acreditar no amanhã e nas surpresas que ele nos aguarda.

2 comentários:

Manü disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
мαиσєℓα disse...

manaaaaaa adorei!
aconteceu de verdade ou vc inventou??

hummmm
bjão da Manüh ^^